De olho em Evergrande, China faz injeção de US$ 15,5 bi no sistema financeiro

Neste mês, o PBoC intensificou as injeções de capital diante de crescentes sinais de insolvência da Evergrande

08:11 | Set. 27, 2021

Por: Agência Estado
Valor das ações da Evergrande caiu 89% em 2021 (foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

O Banco do Povo da China (PBoC, o BC chinês) injetou 100 bilhões de yuans (quase US$ 15,5 bilhões) em recursos no sistema financeiro chinês através de operações de recompra reversa de 14 dias nesta segunda-feira, 27, segundo comunicado no site do PBoC. Essa é mais uma tentativa de manter a liquidez do sistema bancário em meio a preocupações com a gigante do setor imobiliário Evergrande.

Neste mês, o PBoC intensificou as injeções de capital diante de crescentes sinais de insolvência da Evergrande.

Desde a semana passada, circulam relatos de que o governo chinês irá reestruturar a Evergrande e estatizá-la. Na quinta-feira (23), uma subsidiária da empresa falhou em honrar o pagamento de juros sobre bônus externos. 

 

Entenda a preocupação global

A Evergrande é hoje o segundo maior conglomerado de construção civil da China e acumula dívidas e provoca temores de calote que pode gerar efeito cascata internacional, afetando outros setores, bancos e investidores ao redor do planeta.

O drama em torno da imobiliária chinesa está se agravando. Na terça-feira, as ações da Evergrande continuavam em queda acentuada na bolsa de valores de Hong Kong. Em menos de um ano, as ações perderam 84% de seu valor.

Mas esse não é o maior problema. O segundo maior conglomerado imobiliário da China sofre de um endividamento que ronda a incrível marca entre 100 e 300 bilhões de euros, dependendo da fonte.

Se esse colosso desmoronar para a inadimplência, suas dívidas abririam enormes buracos nos balanços dos credores.