BC: Copom eleva Selic pela 5ª vez seguida, e taxa básica de juros vai a 6,25
Com a inflação persistente e se aproximando dos dois dígitos no acumulado em 12 meses, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira, 22, elevar a Selic, a taxa básica de juros, em 1 ponto porcentual, de 5,25% para 6,25% ao ano. Esse foi o quinto aumento consecutivo dos juros - no início de agosto a alta também foi de 1 ponto e, nas três decisões anteriores, o BC subiu a taxa em 0,75 ponto porcentual.
Com a decisão, a Selic supera o patamar verificado em agosto de 2019, quando a taxa estava em 6%. De agosto do ano passado a março deste ano, a taxa se manteve no mínimo histórico de 2% ao ano. A partir daí, o Banco Central recomeçou a elevar a Selic, numa tentativa de controlar a inflação.
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O aumento do juro básico da economia se reflete em taxas bancárias mais elevadas, embora haja uma defasagem entre a decisão do BC e o encarecimento do crédito (entre seis e nove meses). A elevação da taxa de juros também influencia negativamente o consumo da população e os investimentos produtivos.
A decisão desta quarta já era esperada pelo mercado financeiro. De um total de 51 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast, 44 previam um aumento de 1 ponto na Selic.
Até a semana passada, no entanto, o mercado projetava alta dos juros entre 1,25 e 1,50 ponto porcentual. Mas o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, arrefeceu as expectativas de um aperto maior na Selic ao afirmar que a autoridade monetária não vai alterar seu "plano de voo" a cada número de alta frequência da inflação.
O Copom fixa a taxa básica de juros com base no sistema de metas de inflação. Neste ano, a meta central é de 3,75%, mas o IPCA, a inflação oficial do País, pode ficar entre 2,25% a 5,25% sem que a meta seja formalmente descumprida. Para 2022, a meta central é de 3,5% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2% a 5%.
Em agosto, o IPCA ficou em 0,87%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E no acumulado em 12 meses chegou a 9,68%. O resultado, puxado pela disparada nos preços da gasolina e dos alimentos, foi o maior para um mês de agosto em 21 anos.
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