Silva e Luna: Bolsonaro nunca interveio na Petrobras no período que eu estou lá

O presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, afirmou nesta terça-feira, 14, que seguirá no comando da estatal para finalizar a missão dada pelo presidente Jair Bolsonaro. "Sigo no comando da Petrobras, e com muito orgulho. Durmo com a consciência tranquila", disse. Ele também afirmou que o presidente nunca interveio diretamente na empresa desde que assumiu o comando da estatal e que sua atuação é feita apenas por meios já previstos em lei.
Em meio a críticas sobre o aumento dos preços dos combustíveis, o general disse que a companhia vai seguir ajudando para manter a energia que move o nosso Brasil. "Hoje a governança da empresa é robusta, superamos o passado", disse em relação às denúncias de corrupção na empresa.
Luna e Silva também comentou que é preciso sempre cumprir decisão Judicial, e recorrer, quando é possível, e salientou que o principal acionista da Petrobras é o povo brasileiro. "Entregamos R$ 15 bilhões em dividendos", disse. Ao final de sua fala, chegou a ter a voz embargada ao comentar sobre o seu trabalho à frente da companhia.
O general participou de um debate sobre a situação da operação das termelétricas, o preço dos combustíveis e outros assuntos relacionados à empresa no plenário da Câmara. Inicialmente, ele falaria na comissão de Minas Energia, mas o evento foi transferido ao plenário para que todos os deputados pudessem participar.
O presidente da Câmara, Arthur Lira, que deu mais visibilidade à participação do presidente da Petrobras com essa mudança, se ausentou da sessão quando ela chegou à metade, aproximadamente. Em sua explanação inicial, Lira apenas se concentrou no script do processo que se seguiria e não fez qualquer comentário sobre o tema.
A expectativa sobre um posicionamento do presidente da Câmara era grande porque ontem à noite ele criticou a gestão da Petrobras, causando forte reação nos papéis da petroleira no after hours em Nova York. A mensagem foi publicada no Twitter após a Casa confirmar que o presidente da estatal participaria do debate de hoje. "Tudo caro: gasolina, diesel, gás de cozinha. O que a Petrobras tem a ver com isso? Amanhã hoje, a partir das 9h, o plenário vira Comissão Geral para questionar o peso dos preços da empresa no bolso de todos nós. A Petrobras deve ser lembrada: os brasileiros são seus acionistas", escreveu Lira.
O posicionamento de Lira ocorreu na sequência de ataques feitos à política de preços da Petrobras - realizados da oposição a membros do governo, incluindo o presidente Jair Bolsonaro - diante da alta da inflação. Após as declarações do presidente da Câmara, o ADR da Petrobras em Nova York mergulhou mais de 2% na sessão estendida. Depois de certa oscilação, o papel encerrou o pregão extra em US$ 10,19, baixa de 1,16%.

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CÂMARA/PETROBRAS/SILVA E LUNA/AUDIÊNCIA Bolsonaro

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