Bolsonaro autoriza venda direta de etanol por usinas e importadoras para postos de combustíveis

Ação ocorre por meio de Medida Provisória que autoriza os postos venderem etanol de outras marcas. Ação não deve tornar combustível mais barato

O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), participou de evento nesta quarta-feira, 11, para anunciar a liberação para que produtores ou importadores de etanol hidratado (álcool veicular) vendam diretamente para postos de combustíveis.

Os impactos da decisão para o preço final cobrado ao consumidor ainda são incertos e redução do valor cobrado, pouco provável, segundo representantes do setor. A prática vai ser autorizada por uma medida provisória, que tem força de lei mas precisa ser aprovada pelo Congresso em 120 dias.

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O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse que a possibilidade de venda direta de etanol hidratado dos usineiros para os postos de gasolina, sem a necessidade de um distribuidor, permitirá ampliar as relações comerciais e fomentar novos arranjos de negócios no setor.

"Em conjunto com as demais ações do governo para aumento do mercado, essa medida estimula a competição e carrega o potencial de reduzir os preços os combustíveis. Queremos um ambiente de negócios propício à realização de investimentos e ao pleno desenvolvimento do setor de combustíveis, tendo como foco principal o consumidor", afirmou, em cerimônia no Palácio do Planalto.

Promessa do presidente Jair Bolsonaro, a venda direta de etanol das usinas para os postos de combustíveis vinha sendo estudada desde 2019.

Para abrir caminho para essa operação direta, o governo precisava fazer ajustes para dar suporte legal e tributário à medida. Uma das alternativas que vinha sendo estudada era a edição de uma MP para unificar a cobrança do PIS/Cofins sobre o etanol hidratado - hoje dividida entre produtores e distribuidores - apenas nas usinas.

A regulamentação via MP e a adoção da cobrança em uma só etapa do PIS/Cofins era defendida pela Receita Federal, por reduzir as chances de evasão fiscal. Parte do setor, no entanto, afirma que essa mudança abre margem para sonegação e falsificação e que não reduzirá a questão do preço ao consumidor. A proposta, porém, atende a uma demanda de usineiros do Nordeste.

Segundo o MME, a MP também vai permitir aos pontos vender combustíveis de outras marcas, desde que devidamente informado ao consumidor - conhecida como "tutela regulatória da fidelidade à bandeira". Com a autorização, postos das bandeiras Shell, Ipiranga ou BR poderão vender combustíveis de outros fornecedores, sempre informando ao cliente.

"A ação foi tomada a partir de deliberação do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) e estudos realizados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) com o objetivo de aumentar a concorrência, beneficiando o consumidor final", diz o MME em nota.


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