Pix eleva exigência dos clientes em relação aos serviços bancários

De acordo com o levantamento Wise/Ipsos, clientes estão mais interessados em saber sobre os serviços, está mais aberto às transações digitais, mas exige mais transparência das instituições

A forma como os brasileiros mantêm seu relacionamento com as instituições financeiras certamente mudou desde o lançamento do Pix, o sistema de pagamentos instantâneo brasileiro. Lançado pelo Banco Central em novembro de 2020, hoje as transações com a ferramenta já possuem mais movimentações do que todas as outras modalidades de movimentação financeira (como TED, DOC, cheques e boletos) somadas. Isso fez com que os brasileiros ficassem mais atentos e buscassem algo mais das instituições financeiras.

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De acordo com uma pesquisa realizada pela Wise (ex-Transferwise), empresa de tecnologia financeira global especializada em envio de dinheiro internacionalmente, em parceria com a Ipsos, o brasileiro está mais aberto às transações digitais, mas exige mais transparência do setor bancário. Bem mais atento às novidades do mercado financeiro, o consumidor também usa das redes sociais para cobrar das instituições.

Com base em dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), as transações financeiras de pessoas físicas em canais digitais representaram 74% do montante em 2020. O auxílio emergencial também aumentou o interesse sobre a categoria de meios de pagamentos e trouxe as carteiras digitais para o cotidiano dos brasileiros.

Mas, segundo o levantamento da Ipsos, é outra novidade que vem chamando a atenção dos usuários: o Open Banking. Alan de Genaro, professor de Finanças da Fundação Getulio Vargas (FGV), destaca que o Brasil tem tradição de um sistema financeiro inovador, com o lançamento de processos como o TED, que no início trouxe grande avanço para a relação banco e clientes nas transações financeiras.

"O Brasil é, sem dúvidas, uma referência em sistemas de pagamentos e movimentação de recursos no mercado interno", destaca. De acordo com a Ipsos, as buscas por Pix e Open Banking são, disparadas, as mais relevantes relacionadas aos serviços financeiros nos últimos anos.

"O caráter regulatório que acontece no Brasil, tem um papel fundamental no processo de modernização do sistema financeiro brasileiro, estimulando a competitividade. A concorrência é o principal motivador para preços e produtos melhores para os clientes", afirma Alan.

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Revolução do Pix

A chegada do Pix proporcionou uma verdadeira revolução nos meios de pagamentos. Agora, com o lançamento da primeira fase do Open Banking, cria-se a expectativa do mesmo sucesso. Mas, para o head de Parcerias Bancárias e Expansão para o Brasil na Wise, Pedro Barreiro, a velocidade de entrada do novo modelo na vida dos brasileiros não deve ser tão revolucionário, mas deve trazer benefícios.

Ele entende que o pilar da transparência deve ser melhorado no sistema financeiro. "Entendemos que isso deve ser um compromisso não só dos reguladores, mas dos players do mercado, para que o cliente tenha informações para escolher de forma assertiva o serviço que ele procura, para que o real poder da decisão seja do cliente", avalia.

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Inovações

De acordo com o levantamento Wise/Ipsos, a inovação do sistema bancário tem ganhado cada vez mais adeptos. Entre janeiro e abril de 2020, as interações dos clientes por meio de chatbots das instituições financeiras cresceram 78%. Outro destaque é que comprar produtos de outros países deixou de ser tabu.

Baseado na experiência da Wise no Brasil, Pedro ainda adiciona que o volume de transações de remessas internacionais para o Brasil foi recorde em março de 2020, no início da pandemia. Ele ainda destaca que a intenção da Wise é ampliar a oferta de serviços no País, após a volta da fintech ao mercado nacional com redução de taxas para remessas ao Exterior.

"O estudo reforça o que já faziam como empresa, de fortalecer o empoderamento do cliente a partir da transparência como premissa. Wise com cartão, conta multimoeda e envio de dinheiro, mas têm planos de trazer todos os serviços no nível global ao Brasil, ampliando o escopo de trabalho para pessoas jurídicas", afirma.

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