Bolsonaro irá esvaziar pasta de Guedes e recriar Ministério do Trabalho, revela portal
Voltando atrás no seu primeiro ato como presidente da República, ainda em 2018, Jair Bolsonaro (sem partido), promete anunciar na segunda-feira, 26, a recriação do Ministério do Trabalho
13:41 | Jul. 21, 2021
Cerca de três anos após determinar o fim do Ministério do Trabalho e unificar o tema na responsabilidade do Ministério da Economia, comandado por Paulo Guedes, o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), irá recriar a pasta. Em transmissão ao vivo pelas redes sociais realizada nesta terça-feira, 21, ao ser entrevistado pela rádio Jovem Pan Itapetininga, Bolsonaro revela que planeja um "anúncio de uma mudança ministerial" para próxima semana, na segunda-feira, 26. De acordo com investigação do Uol, a media anunciada será o desmembramento da superpasta do Ministério da Economia.
A superpasta foi criada ainda no começo da gestão de Bolsonaro, com a indexação de diversos ministérios da área econômica, que foram reduzidos e incorporados na administração de Guedes, titular do Ministério da Economia. Com a ação, Bolsonaro reduz poder de decisão de Guedes e cria novas alianças com as indicações de titulares para pasta a ser recriada, em especial com os partidos do Centro.
A recriação do Ministério do Trabalho, porém, deve vir relacionada com uma série de mudanças, a começar pelo nome do ministério que passará a se chamar de Ministério do Trabalho, que deverá ser chamado Ministério do Emprego e da Previdência Social. De acordo com informações de fontes do alto escalão da base de Bolsonaro ouvidas pelo Uol, o atual ministro da Secretaria Geral, Onyx Lorenzoni, é o nome cotado para assumir a titularidade da nova pasta do setor econômico.
Onyx e Guedes teriam tido ainda na manhã desta terça-feira, 21, a primeira reunião para tratar das reformulações necessárias. Ação demonstra avanço na ideia de Bolsonaro em abrir espaço para partidos de Centro e representa uma estratégia mirando as eleições de 2022, porém, não agrada inteiramente o ministro Paulo Guedes.
Auxiliares do ministro revelaram ao Uol, que Guedes teria posto como condição para aceitar o desmembramento da pasta sob sua gestão, a permanência de Bruno Bianco, atual secretário da Previdência, com as mesmas competências e cargo na nova pasta, já que um dos maiores planos de Guedes é implementar a reforma da previdência.
Mesmo com as queixas de Guedes, as fontes do governo ponderam que Onyx Lorenzoni não aceitará permanentemente a ocupação de Bianco no cargo, pontuando que este o exercerá apenas por um período de adaptação pós separação das pastas. A informação se alinha com prática recorrente adotada por Onyx, que ao mudar de cargo no governo, sempre leva sua equipe técnica para atuar na nova função a ser exercida por ele.
O nome apontado para ocupar o cargo que atualmente é exercido por Bianco é o senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente do PP (Partido Progressistas), entidade de centro e aberta para construção de alianças com a base de direita e extrema direita apoiadora de Bolsonaro.