Medo de desemprego e inflação: 71% não acredita na retomada da economia, no Nordeste

Pesquisa da Febraban aponta população da Região como a mais pessimista do País

08:00 | Jul. 14, 2021

Por: Redação O POVO
EM 2022, cresceu o percentual de jovens que não estudam e não trabalham no Ceará (foto: Barbara Moira em 16/07/2020)

O medo do desemprego, da inflação e das taxas de juros resultaram em um pessimismo entre a população do Nordeste, cujo percentual descrente da própria condição financeira é de 55% e de não confiança na retomada da economia chega a 71%, segundo indica a pesquisa Radar Febraban, da Federação Brasileira de Bancos.

Ainda de acordo com o levantamento, "hoje, 57% dos nordestinos acham que o desemprego vai aumentar nos próximos meses; 76% apostam no crescimento da inflação/custo de vida e 74% no aumento da taxa de juros".

LEIA MAIS:

+Com alta da energia, inflação em Fortaleza é a segunda maior do País

+Inflação para famílias com renda mais baixa é maior que a oficial

+Desemprego no Ceará fica em recorde de 15,1%, acima da taxa do Brasil, aponta IBGE

+Cesta básica em Fortaleza tem a maior alta do Brasil e sobe mais 1,77% em junho

Mas o nordestino não está tão sozinho, segundo indica o relatório divulgado nesta quarta-feira, 14: "É a região mais pessimista do país, que, na média, registrou 68% de desconfiança com relação à recuperação econômica".

Aumento substancial

O professor Antonio Lavareda, presidente do conselho científico do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipesp) - responsável pelo levantamento - ameniza o cenário. No relatório, ele aponta que os dados "revelam aumento substancial das expectativas positivas no que toca a alguns aspectos centrais, destacando-se o desemprego (saiu de 12% para 22% o percentual dos que acreditam que vai diminuir) e o poder de compra das pessoas (aumentou de 16% para 25%)".

"Embora mostrem que ainda é grande o sentimento de pessimismo com relação à evolução da economia nos próximos meses, os números dessa edição do Radar Febraban também revelam aumento substancial das expectativas positivas no que toca a alguns aspectos centrais, destacando-se o desemprego, que saiu de 12% para 22% de percentual entre os que acreditam que vai diminuir, e o poder de compra das pessoas, que aumentou de 16% para 25%. Embora o contingente mais otimista ainda seja minoritário, o movimento - mais acentuado na faixa de maior instrução - sugere que o avanço da vacinação e dos sinais objetivos da retomada da economia impulsionarão a partir de agora as expectativas positivas", aponta Lavareda.

Onde investir

Apesar do pessimismo, a Febraban provocou a população do Nordeste sobre quais investimentos fariam se o cenário econômico se tornar promissor. A poupança (36%) foi a primeira opção para os recursos extras, enquanto outro tipo de investimento bancário (30%) veio em seguida.

"Gastar com viagens é a opção de 21% dos entrevistados e para 25% é mais interessante investir em imóveis. Destinar dinheiro extra para melhorar a sua educação e de seus familiares é opção de 28% das pessoas. Opções como reformar casa ou comprar carro foram mencionadas, respectivamente, por 25% e 17% dos entrevistados", diz a pesquisa.

Outras perguntas indicam ainda que, no Nordeste, "apenas 12% cita a compra de eletrodoméstico e eletrônico, mesmo índice mencionado para a contratação ou melhoria do plano de saúde; a expectativa por investimento em seguros (carro, casa ou vida) é de 7% e em compra de moto é de 4%".

Por fim, a Radar Febraban indica uma satisfação geral da população com os bancos na Regiaõ, que atinge 72%. Detalhadamente, "chega a 45% o número de pessoas que avaliam a contribuição positiva dos bancos em relação à melhoria na qualidade de vida dos brasileiros e a 44% os que identificam essa contribuição positiva na geração de empregos".