EllaLink já possui quatro contratos principais para novo cabo submarino

De acordo com a companhia, a comercialização do uso de cabos é diversificada em duas vertentes. "Estamos fechando contratos de venda ou aluguel de infraestrutura (pedaços da fibra/espectro) e aluguel de capacidade."

17:41 | Jun. 02, 2021

Por: Samuel Pimentel
cerimônia de inauguração do novo cabo submarino da EllaLink que vai conectar Fortaleza à Sines (foto: divulgação)

O novo cabo submarino da EllaLink no Ceará que proporciona tráfego de dados a 72 Terabits por segundo (Tbps) e latência de 60 milissegundos já possui quatro contratos principais, informou a companhia ao O POVO. Os clientes âncora são a Emacom, Cabo Verde Telecom, Telxius e o consórcio BELLA.

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De acordo com a companhia, a comercialização do uso de cabos é diversificada em duas vertentes. "Estamos fechando contratos de venda ou aluguel de infraestrutura (pedaços da fibra/espectro) e aluguel de capacidade."

"O público alvo são empresas de telecomunicações que queiram fornecer serviços de alta qualidade e baixa latência aos seus clientes residenciais ou Corporativos, que incluem serviços de nuvem, e-Games, mercado financeiro e serviços críticos de emergência", diz em nota.

Com investimento de quase R$ 1 bilhão, o cabo submarino que interliga Fortaleza à Sines, em Portugal, entrou em operação nessa terça-feira, dia 1º/6. O cabo tem 6 mil quilômetros de extensão. A Comissão Europeia contribuiu com 25 milhões de euros e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) outros 8,9 milhões de euros.

O projeto, conta com o apoio da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e passará ainda pela Guiana Francesa, Ilha da Madeira, Ilhas Canárias e Cabo Verde. No Brasil, além da rota pela água, haverá conexões por terra que devem ligar o cabo a estados como São Paulo e Rio de Janeiro.

"São Paulo e Rio de Janeiro terão pontos de presença (ou POPs) da EllaLink a partir de data centers da Equinix", afirmaa companhia.

Esse será o primeiro cabo submarino, de geração mais moderna e de alta capacidade, que fará conexão direta entre o Brasil e a Europa. Antes os dados precisavam passar primeiro pelos Estados Unidos.

Com a entrada em operação ontem do novo cabo submarino EllaLink, que vai interligar Fortaleza à Sines, na Europa, o Ceará passa a ter 16 cabos submarinos em funcionamento. É o segundo maior centro de conexões submarinas por fibra óptica no mundo. Perde apenas para o Japão.

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Oportunidades

O processo de instalação do cabo em Fortaleza, na área da Praia do Futuro, foi concluído em dezembro do ano passado. Uma das promessas da Ellalink é de que a nova conexão reduza em até 50% a latência, como é chamado o tempo de resposta na transmissão de dados entre os dois continentes. “Foram dez anos de trabalho árduo, da ideia inicial ao dia de hoje, uma aventura humana que envolveu muitos profissionais, e agora vamos conectar os dois continentes pelos próximos 25 anos, por meio de uma infraestrutura moderna”, afirmou Philippe Dumont, CEO da EllaLink.

Porém, a possibilidade de transferir dados em alta velocidade é apenas um dos aspectos do investimento. Embora a empresa tenha investido 150 milhões de euros na construção submarina, a Comissão Europeia contribuiu com 25 milhões de euros e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) do Brasil com outros 8,9 milhões de euros.

Há um plano maior por trás do projeto. A própria cerimônia de inauguração do 'EllaLink' integrou o evento "Leading the Digital Decade" [Liderar a Década Digital], coorganizado pela presidência portuguesa e pela Comissão Europeia, com a presença de representantes de vários Estados-membros da UE, além de representantes do setor privado e da sociedade civil.

Em entrevista exclusiva ao programa O POVO no Rádio, da rádio O POVO CBN, o embaixador da União Europeia no Brasil, Ignacio Ybañez, corroborou essa fala, enfatizando que esse é um projeto ambicioso que pode abrir oportunidades em diversas áreas. “O cabo vai servir para reforçar a cooperação na pesquisa, na educação e também na cooperação entre as empresas europeias e as empresas brasileiras e, do próprio conjunto da América Latina. É um dia muito feliz e, particularmente, também para o Ceará.”

Para o secretário do Desenvolvimento Econômico e Trabalho do Estado do Ceará (Sedet), Maia Junior, embora o acordo com a EllaLink esteja limitado ao cabo submarino, sem a construção de um datacenter no Estado, diferente, por exemplo, do que ocorreu com a Angola Cables, em 2018, a economia cearense tem muito a se beneficiar desta nova estrutura. “Por ser mais recente, esse cabo chega com muito mais tecnologia e capacidade do que seus antecessores e é uma alternativa a mais de conexão direta com a Europa.”