Opção de desfazer Pix em caso de suspeita de fraude será lançada até o fim deste ano

A informação foi divulgada pelo chefe da Divisão de Gestão do Pix no Banco Central, Breno Lobo, em entrevista para Rádio O POVO CBN

14:34 | Mai. 25, 2021

Por: Alan Magno
Pix, sistema de pagamentos instantâneos do Brasil, e um dos meios preferidos dos criminosos para aplicar golpes (foto: Marcello Casal JrAgência Brasil)

O sistema de pagamentos e transações financeiras instantâneo, Pix, lançado pelo Banco Central do Brasil (BC) em novembro de 2020, ganhará um reforço tecnológico nos próximos meses. A tecnologia a ser implementada deve permitir o cancelamento de uma transação indevida feita utilizando a plataforma no caso de suspeita de fraude

A informação foi divulgada pelo chefe da Divisão de Gestão do Pix no BC, Breno Lobo, em entrevista para a Rádio O POVO CBN, na manhã desta terça-feira, 25. 

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A medida busca, além de melhorar a experiência dos usuários do sistema de pagamento, garantir um aumento significativo na segurança do serviço prestado. "Uma coisa é você cometer um erro operacional ali, digitou errado ou digitou a chave Pix errada e foi para o destinatário errado. Agora outra coisa é você cair num golpe, ser coagido, enfim, enviou dinheiro para um fraudador, um golpista", complementa Breno.

O mecanismo ainda está em desenvolvimento e deve ser lançada até o fim deste ano. O desejo da equipe tecnológica que gerencia o Pix, porém, é de que a nova ferramenta possa ser implementada no primeiro aniversário do sistema eletrônico de pagamentos, no dia 16 de novembro de 2020, conta Breno.

Ele promete ainda que a nova opção será uma forma mais fácil dos usuários de contestarem transações indevidas, já que a então lógica bancária é de que "mesmo que você tente contato com a pessoa que recebeu sua transação e que ela tenha toda facilidade para fazer a devolução desse recurso, na prática, assim que você confirma e a transação é concluída, ela se torna irrevogável", conforme explica o gestor. 

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O foco de atuação do novo recurso serão casos de fraude e golpes, como forma de garantir que o usuário do Pix possa ter uma forma de tentar reverter o seu prejuízo após ser vítima de um crime financeiro. A tecnologia irá funcionar em duas etapas, a primeira, de acordo com Breno, será a notificação, por parte do usuário, de que acredita ter sido vítima de um golpe em determina transação feita pelo Pix. 

A notificação irá garantir os meios legais do Pix emitir um alerta ao seu banco, bem como o banco para qual o dinheiro foi enviado, de que aquele recurso está sendo questionada por uma das partes que alega que tal transação está associada a prática de um golpe. 

"Assim que você identificar que caiu em um golpe, que foi vítima de um estelionatário, você poderá avisar o seu banco e o seu banco conseguir se comunicar com o banco do fraudador para conseguir bloquear aqueles recursos instantaneamente", detalha o representante operacional do Pix. 

Diante do bloqueio do dinheiro em questão, as entidades financeiras darão início a uma análise "mais robusta do ocorrido", bem como do histórico dos envolvidos para que as medidas cabíveis sejam tomadas. Pelo período em que durar este processo, os recursos associados a transação questionada serão congelados e retidos pelas instituições financeiras. 

A liberação da verba irá ocorrer com o fim da análise, que segundo Breno, não deve ser longa. A ideia é garantir que após avaliação das entidades bancárias, "aqueles recursos possam ser devolvidos o mais rápido possível para o originador", segundo detalha Breno. 

Confira a entrevista completa com o chefe da Divisão de Gestão do Pix no Banco Central: