Saiba detalhes da fábrica provisória para o buggy Fyber, no Ceará
A previsão é que a estrutura fique pronta em agosto e produza 500 veículos por ano. Uma fábrica definitiva ainda será construída em 2022A 100 km de Fortaleza, a alemã Axxola já constrói uma fábrica provisória para o buggy Fyber. Ficará na localidade de Boi Morto, em Paracuru, no Ceará, instalada em área total de 5 mil metros quadrados (m²). Segundo a empresa, é mais de três vezes maior do que a atual.
A previsão é que a estrutura fique pronta em agosto e produza 500 veículos por ano. Uma fábrica definitiva ainda será construída em 2022.
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Dirk Wittenborg, CEO da Axxola, detalha que o projeto da fábrica provisória prioriza instalação ao ar livre, a natureza, com um jardim no ambiente de trabalho. Além disso, cada setor da manufatura terá uma área configurada especificamente para sua finalidade, com galpões individuais de fabricação do buggy: laminação, lixamento, siderurgia, estofamento, pintura e montagem.
Veja fotos onde será a fábrica provisória
Conforme a empresa, durante a fase de construção, já foram gerados 40 empregos. Quando a unidade fabril estiver em plena capacidade, preveem mais 70 empregos.
“É uma instalação provisória, construída com a intenção de transferir a produção para Paracuru o mais rápido possível”, diz Wittenborg. “Nosso projeto da Fyber vai construir uma fábrica maior, mas não podíamos esperar sua conclusão para que a Fyber começasse a operar em Paracuru”, destaca, em nota, o presidente da empresa.
Serão R$ 30 milhões investidos na criação da fábrica definitiva, que também será construída em Paracuru, em um terreno de 62 mil metros quadrados (m²), no início de 2022.
O projeto arquitetônico foi assinado por arquitetos de Marbella, na Espanha, junto com profissionais cearenses. O início da operação está previsto para 2023. A fábrica definitiva da Fyber proporcionará geração de empregos para mais de 100 pessoas e poderá produzir até 1.000 buggies por ano quando atingir a capacidade máxima.
Linha do tempo do buggy
1974: A Fyber Indústria e Comércio Ltda. foi fundada em Fortaleza, em 1974, pelos irmãos Agliberto e Rogério Farias, com o objetivo de produzir artefatos de fibra de vidro. Em 1981, a empresa passou a produzir buggies, lançando o Duna’s.
1983: Projeto idealizado pelos sócios Rogério Farias e Milton Nunes cria o buggy Fyber. O veículo foi pioneiro no Brasil e se tornou líder na categoria de buggies para dunas.
1995: Em atuação há pouco mais de 11 anos, a Fyber produziu cerca de 15 mil unidades com diferentes modelos com o Dunas, FyberStar e Fyber 2000. A marca se tornou um dos símbolos das dunas nordestinas. No entanto, a empresa ficou endividada e faliu.
1999: Nil Araújo afirma que junto de um sócio conseguiu reaver a homologação original Fyber para sua empresa Fiber Star e foi concedida pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).
2003: A fabricação dos buggies foi retomada pela também cearense Peixoto Veículos, de propriedade de Hiderlandson Peixoto, que já havia sido revendedor exclusivo da marca por 12 anos.
2017: Depois de comprar a parte de seu sócio no projeto, Nil Araújo conta que a partir de 2017 iniciou um produção em caráter regular do buggy Fyber no Ceará.
2019: O grupo alemão Axxola adquiriu da Peixoto Veículos LTDA. a marca Fyber em julho de 2019, criando a empresa Fyber Fabricação de Veículos Automotores Eireli.
No mês seguinte, a empresa entrou com o pedido de registro no INPI.
Em outubro, a empresa de Nil Araújo tentou registrar a mesma marca Fyber, mas sem sucesso. Foi feita uma segunda tentativa, em dezembro, para registro da marca "Fyber Star", o que foi concedido pelo INPI em junho de 2020.
2020: Julho de 2020 foi o mês em que a Fyber Fabricação de Veículos Automotores Eireli, do grupo alemão Axxola, ingressou com o processo na Justiça Federal contestando a empresa cearense pelo uso da marca Fyber. Solicitou em caráter de urgência que o juízo proibisse a Fiber Star de utilizar a marca Fyber.
Em 6 de novembro, o juiz Ricardo Cunha Porto da 8ª Vara Federal do Ceará concedeu o pedido da Fyber/Axxola.
Em dezembro, o INPI abriu procedimento administrativo para analisar internamente o porquê foram concedidos certificados para os dois interessados numa mesma marca.
2021: Em 22 de março de 2021, os advogados de Nil Araújo solicitaram ao juízo da 8ª Vara Federal que suspendesse a decisão em caráter de urgência autorizada em novembro de 2020 até que o INPI concluísse o processo administrativo que deve definir qual das duas empresas tem direito sobre a marca. A liminar foi negada e a Fiber Star segue não tendo direito sobre a marca Fyber.
Até o momento, não há decisão sobre o caso na 8ª Vara Federal. A movimentação mais recente do processo diz respeito à inclusão de documentos da Fiber Star e réplica por parte da Fyber/Axxola. O processo está apto a julgamento caso o juiz do caso não queira mais esclarecimentos das partes.
O POVO tentou contato com o INPI para obter detalhes sobre o processo administrativo relativo à marca Fyber, mas não obteve retorno.