Reabertura econômica: restaurantes de Fortaleza registram retorno lento; veja fotos
O POVO circulou por alguns estabelecimentos nesta segunda-feira, 12, e constatou clientes satisfeitos com o retorno do segmento e outros ainda incertos sobre a segurança sanitáriaNo primeiro dia de reabertura dos serviços de alimentação fora do lar no Ceará, o fluxo de retorno foi lento e a ocupação descentralizada nas imediações dos bairros Varjota e Aldeota, em Fortaleza. Ainda assim havia estabelecimentos registrando ocupação acima da esperada, enquanto outros aguardavam o aparecimento de clientes. O movimento nesta segunda-feira, 12, teve influência direta de trabalhadores em horário de almoço. Conforme POVO apurou, alguns clientes mostravam-se satisfeitos com o retorno do segmento e outros ainda incertos sobre a segurança sanitária com relação à Covid-19.
Segundo determina o decreto estadual, restaurantes poderão abrir das 12 às 18 horas durante a semana, com 25% da capacidade. Já aos sábados e domingos, o esquema é de lockdown e apenas podem funcionar para entregas. A diferença é para os restaurantes de hotéis, pousadas e congêneres que abrem das 16 às 20h, bem como aos sábados e domingos, desde que exclusivamente para o atendimento de hóspedes.
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Em um restaurante, no bairro Varjota, a movimentação nas primeiras horas de funcionamento foi pequena. Na primeira hora do almoço, apenas quatro mesas estavam ocupadas. Diversos outros estabelecimentos da região optaram por não reabrir neste primeiro dia pós-lockdown.
Na Aldeota, o movimento em uma das unidades do Divino Fogão foi mais intenso, com um fluxo mais estável de clientes, sendo conduzido essencialmente por trabalhadores das redondezas.
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Clientes
O fluxo tranquilo foi convidativo para o administrador Bruno Azevedo e a empresária Paula Santiago, ambos de 28 anos. “A gente estava aguardando por esse momento, não sabemos até quando ficará assim, mas estávamos bem ansiosos”, comenta Bruno. Ele detalha que não costuma fazer comida em casa e que durante o fechamento dos restaurantes e bares aumentou consideravelmente seu uso do serviço de delivery.
Para o advogado Augusto Neto, de 31 anos, o sentimento de insegurança ainda é muito presente ao almoçar em um restaurante. “A gente nunca está completamente seguro, não estamos convencidos que não somente neste local, mas que qualquer outro vai estar livre do vírus”, afirma.
Governo do Estado
Ele comenta ainda que mesmo com adoção de todos os protocolos de segurança, somente a vacinação poderá proteger a todos e faz um apelo para que as pessoas cobrem dos gestores públicos maior celeridade no processo de imunização nacional e diz não se sentir seguro em nenhum local fora de casa. “Minha recomendação é que quando puder, fique em casa”, complementa.
Com relação à proibição do funcionamento de barras de praia, o secretário executivo do Planejamento e Gestão do Ceará, Flávio Ataliba, pondera que a decisão leva em consideração que, na atual fase de reabertura, o uso de espaços públicos como praças, calçadões e praias, segue proibido. "Todos esses ambientes podem, infelizmente provocar aglomerações, assim, optamos por não liberar o funcionamento das barracas de praia por conta desse critério", detalha.
No papel de orientador e coordenando a elaboração dos decretos de reabertura, Flávio comentou ainda, em entrevista para a Rádio O POVO CBN, na manhã desta segunda-feira, 12, que a decisão do Estado de optar pela reabertura não foi fácil. "Os indicadores da pandemia apontam para uma estabilização, mas isso não significa que a situação é confortável", frisa.
Ele pede ainda compreensão, tanto por parte dos representantes de setores econômicos, quanto pela sociedade civil, e acrescenta que esta é apenas a primeira fase de reabertura. O secretário reforça que conforme a tendência de queda de números de casos de Covid-19 e da redução de atendimento médico se consolide, as flexibilizações irão avançar.
* Com informações do repórter Samuel Pimentel e da repórter fotográfica Bárbara Moira