"Somos alimentação e não pudemos voltar", critica associação de barracas de praia
AEPFuturo defende que a situação das barracas de praia está ainda mais crítica em 2021 por conta da interrupção do programa de auxílio ao setor privado do governo federal
20:55 | Abr. 10, 2021
A Associação dos Empresários da Praia do Futuro (AEPFuturo) criticou a não inclusão das barracas entre as atividades que começarão a funcionar gradualmente, a partir de segunda-feira, 12, elencadas no Decreto n° 34.031 do Governo do Estado do Ceará.
No fim da manhã deste sábado, 10, o governador Camilo Santana (PT) havia anunciado que bares e restaurantes passariam a funcionar com horário e capacidade de público reduzidos, durante a semana, o que gerou a expectativa de que o mesmo se estenderia às barracas de praia.
De acordo com Ivan Assunção, vice-presidente da AEPFuturo, a decisão “acaba sendo uma coisa um pouco incoerente. Porque na verdade nós somos alimentação. A razão social da minha empresa, por exemplo, é de restaurante. Então, por que eu não posso funcionar igual um restaurante de rua? Nós temos ainda um diferencial em relação aos outros que são nossas áreas totalmente abertas e com maior espaçamento do que os outros”.
“A gente já sofre desde fevereiro, primeiro com o aumento das restrições, e de março para cá com a proibição, então ficaríamos felizes de abrir, pelo menos de segunda a sexta-feira, mas sequer foi indicado um plano indicando quando voltaremos, como foi feito na reabertura de 2020”, questionou. Assunção disse também que a situação das barracas de praia está ainda mais crítica em 2021, por conta da interrupção do programa de auxílio ao setor privado do governo federal.
Nesse cenário, o empresário ressaltou, por fim, as demissões ocorridas no segmento, além do impacto da continuidade do fechamento das barracas sobre o tradicional comércio ambulante da Praia do Futuro. “Semana passada, houve uma manifestação de comerciantes que vivem nas comunidades ali do entorno, querendo poder voltar a trabalhar. A nossa atividade não só emprega muita gente nas barracas, mas também movimenta um comércio informal muito grande, de pessoas que dependem da praia para sobreviver”, disse.
Veja pontos:
Atividades de ensino
Crianças de até três anos já podiam ir às escolas, com o novo decreto, estão autorizadas as aulas presenciais para as crianças de quatro e cinco anos da Educação Infantil e para o 1º e 2º ano do Ensino Fundamental, observada a limitação de 35% da capacidade.
Comércios e serviços
- O comércio de rua e serviços, envolvendo estabelecimentos situados fora de shoppings, inclusive restaurantes, funcionarão das 10h às 16h, com limitação de 25% (vinte e cinco por cento) da capacidade de atendimento simultâneo.
- Os shoppings, abrangidos os restaurantes neles situados, funcionarão das 12h às 18h, com limitação de 25% (vinte e cinco por cento) da capacidade de atendimento simultâneo;
Construção civil
Podem funcionar a partir de 8h.
Instituições religiosas
Templos poderão realizar celebrações presenciais, desde que observados o limite de 10% da capacidade.
Hotéis
- Estão autorizados a funcionar com 80% da capacidade.
- O uso dos apartamentos e quartos limitado ao máximo de três adultos ou dois adultos com três crianças.
- Os restaurantes de hotéis, pousadas e congêneres poderão funcionar, de segunda a sexta-feira, das 16h às 20h, bem como aos sábados e domingos, desde que exclusivamente para o atendimento de hóspedes.
Shoppings centers e comércio de rua:
- Controle eletrônico nas entradas principais dos shoppings informando, através de painéis, a quantidade máxima permitida e a quantidade de pessoas naquele momento no local;
- Inclusão da quantidade de clientes, funcionários e demais colaboradores presentes simultaneamente na capacidade máxima de cada estabelecimento, em shopping ou comércio de rua.
Permanecem fechados
Academias, parques aquáticos, barracas de praia, cinemas, museus e teatros, públicos ou privados.
Não se sujeitam à restrição de horário de funcionamento:
a) serviços públicos essenciais;
b) farmácias;
c) supermercados/congêneres;
d) indústria;
e) postos de combustíveis;
f) hospitais e demais unidades de saúde e de serviços odontológicos e veterinários de emergência;
g) laboratórios de análises clínicas;
h) segurança privada;
i) imprensa, meios de comunicação e telecomunicação em geral;
j) funerárias.
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Condições epidemiológicas
O anúncio das novas medidas ocorreu em transmissão ao vivo nas redes sociais. O secretário dr. Cabeto, ao lado do governador, explicou que houve aumento de mortes nas semanas anteriores, mas que vem gradualmente diminuindo, indicando, na avaliação dele, tendência de estabilidade.
Ele também ressaltou o impacto da vacinação dos profissionais de saúde: desde que a campanha começou, o número de profissionais de saúde internados reduziu, enquanto o da população continua aumentando. É uma prova dos efeitos da vacina e da importância de se adquirir mais doses, afirma o secretário.
Camilo também afirmou que há tendência de redução do número de casos e também de diminuição da procura por atendimento, embora situação ainda seja muito grave. "Eu quero agradecer o apoio e compreensão de toda a população. Parabenizar todos os profissionais de saúde da linha da frente, dedicando todos os dias, cansados e exaustos, em salvar vidas de irmãos e irmãs cearenses", agradeceu o governador.
Histórico
Na sexta-feira, 26 de março, o lockdown havia sido prorrogado por mais uma semana, até domingo, 4 de abril, em decisão tomada na reunião do comitê científico.
O lockdown foi decretado em Fortaleza em 3 de março e entrou em vigor em 5 de março. Seria pelo período de 14 dias, incialmente até 18 de março.
Em 11 de março, o lockdown foi estendido para todos os municípios do Ceará, a partir de 13 de março, indo até o dia 21 em todo o Ceará, inclusive em Fortaleza. Foi a primeira vez que todo o Ceará ficou simultaneamente no chamado isolamento social rígido.