Porto de Fortaleza: R$ 120 mi para ampliação vai aumentar capacidade de tancagem
Maior espaço vai se dá a partir da concessão de uma retroárea que pertence ao terminal, denominada de MUC59
23:27 | Mar. 08, 2021
Único terminal cearense a armazenar combustíveis, o Porto de Fortaleza planeja uma maior área de tancagem a partir da ampliação do complexo portuário. O maior espaço para a atividade deve ser dar a partir da concessão de uma retroárea do terminal, chamada MUC59. Ao todo, segundo dados apresentados na audiência pública que tratou do tema nesta segunda-feira (8), serão necessários R$ 119 milhões em investimentos para aumentar a competitividade do Mucuripe em relação ao Pecém, que também planeja abrigar um parque de tancagem.
O investimento previsto deve dotar o terminal de uma capacidade operacional total de 740 mil toneladas por ano, a partir de 2025, de acordo com o estudo da Empresa de Planejamento Logística (EPL). A expectativa expressa na audiência conduzida pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) é de que o contrato de concessão da retroárea seja assinado em 2022 e a operação seja iniciada três anos depois.
"Esse projeto visa aqui utilizar uma área que até então estava subutilizada, ociosa, então é uma conquista ainda maior, porque estamos trazendo receitas tanto para a Companhia Docas quanto para o governo federal", destacou a presidente da Companhia Docas do Ceará, Mayara Chaves, referindo-se à MUC59.
Obras
A aplicação dos recursos seria para viabilizar a operação nesta retroárea, removendo as linhas férreas existentes e realocando-as em uma área adjacente ao terminal, além de duas novas linhas de dutos de 12 polegadas para uma performance de 342 toneladas por hora. Além disso, a EPL apontou a necessidade de oito tanques de aço-carbono com capacidade estática de 51.377 metros cúbicos, assim como a conexão adicional com os demais dutos existentes, estações de expedição rodoviária e pátio de espera de caminhões.
Os mercados identificados para atendimento da nova área seriam os de GNL, GLP, petróleo bruto e produtos da Lubnor, além dos combustíveis líquidos.
Competição
Recém-rompido o contrato com a holandesa Vopak, o Pecém é o alvo do Governo do Estado para abrigar um parque de tancagem. A expectativa é transferir para a Região Metropolitana toda a armazenagem e distribuição dos combustíveis no Estado. Porém, a Companhia Docas, que administra o Porto de Fortaleza, vê a possibilidade de os dois terminais manterem a atividade, e tem focado esforços nisso.
"A gente tem estudado muito profundamente a questão dos combustíveis aqui no Ceará e a gente entende que é plenamente compatível a distribuição por ambos os portos. Então, de certa forma somos concorrentes e isso é bom para a população pelo preço dos combustíveis. Mas de grande forma somos complementares pelo estilo da nossa infraestrutura. Somos diferentes, cada um é bom em suas cargas", declarou durante a audiência pública.