Sindicato dos Bancários do Ceará adere à greve e contabiliza fechamento de oito agências do Banco do Brasil no Estado

Além disso, as agências de Orós, Cambeba (Fortaleza), Aiuaba, Catarina e Irauçuba irão virar postos de atendimento, conforme a entidade

Em meio à greve nacional dos funcionários do Banco do Brasil, o Sindicato dos Bancários do Ceará informou que a reestruturação da instituição fechará as seguintes oito agências no Estado: Santana do Cariri, Juaci Sampaio/Caucaia, Aerolândia (Fortaleza), Empresa Parquelândia (Fortaleza), Av. Barão de Studart (Fortaleza), Alto Santo, São João do Jaguaribe e Itaiçaba. Além disso, as agências de Orós, Cambeba (Fortaleza), Aiuaba, Catarina e Irauçuba irão virar postos de atendimento.

Conforme levantamento do próprio Sindicato, que se queixa da "falta de transparência do Banco do Brasil", somente nestas localidades, cerca de 150 mil pessoas, entre clientes e população em geral, serão atingidas. “Isso afeta diretamente a economia desses locais, pois sem uma agência do BB, as pessoas acabam se deslocando para outro município causando inúmeros prejuízos para a economia local”, destacou o diretor do Sindicato, José Eduardo Marinho.

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Devido à manifestação das mais de 100 entidades representativas dos bancários no País, Carlos Eduardo Bezerra, presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará, afirmou que o Banco do Brasil resolveu negociar com a categoria. "Estamos reunidos com o comando nacional dos bancários neste momento e, por conta da mobilização do sindicato, o BB chamou para a negociação, para acontecer ainda hoje. Queremos a suspensão da reestruturação do banco, o fim do fechamento das agências, a suspensão da retirada das gratificações e comissionamentos", complementa.

Ele diz que, no Ceará, são 2 mil funcionários e que, "pela falta de informação do banco", atualmente, todos estão sendo atingidos pelas mudanças no BB. Somente de caixas, Carlos Eduardo frisa que cerca de 300 perdem as funções no Estado, e 5 mil no País. "No processo de fechamento de uma série de agências, muitos funcionários vão ter de se mudar, sem concordância, para outros estados, para outras cidades, compulsoriamente. Então terá demissões, remoções compulsórias, perdas de gratificação, fechamento de agências", acrescenta.

O estado de greve foi aprovado na assembleia do dia 5 de fevereiro e durante esta quarta-feira, 10, os sindicatos de todo o país realizam manifestações, seja fechando locais, paralisando por um período, pendurando cartazes. "Essa movimentação levou o banco a negociar. Vejo que hoje falta transparência ao BB. É um ente público que não informa sequer quantas agências estão fechando. O BB está deixando de cumprir uma premissa básica: quais os funcionários que serão atingidos, quais agências? Ele não está informando", diz, afirmando que a continuidade do movimento será avaliada após as negociações. 

Paralisação

Na manhã desta quarta-feira, 10, mobilização aconteceu no Centro de Fortaleza, em frente à agência Praça do Carmo, reunindo direção e funcionários. Conforme o Sindicato, essa é a segunda grande manifestação contra a reestruturação do Banco do Brasil realizada pela entidade, além de plenárias virtuais, assembleias e reuniões nas agências. A categoria frisa que também procurou o Ministério Público para solicitar à direção do banco mais informações sobre o processo, "já que o BB não enviou nada de concreto para o Sindicato, mesmo após várias solicitações". "O que se sabe até o momento é através da população e dos próprios funcionários atingidos pela reestruturação", diz Carlos Eduardo.

O Banco do Brasil prevê o fechamento de 112 agências e o desligamento de 5.533 funcionários durante o primeiro semestre deste ano.

Em nota ao O POVO, o Banco do Brasil diz que "reafirma seu entendimento de que as medidas de reorganização preparam a empresa para um ambiente de maior competitividade no setor financeiro. Também estão alinhadas com o aprimoramento da experiência do cliente e com o maior investimento em soluções digitais. Os sindicatos foram prontamente informados sobre as mudanças e o Banco do Brasil colocou-se à disposição das entidades sindicais para prestar os esclarecimentos que fossem necessários".

Apesar do pronunciamento, o BB não deu retorno sobre quais agências serão fechadas no Ceará, quantas viram postos de atendimento, quantos funcionários perderam gratificação e quantos aderiram aos programas de demissão da instituição, além de quantos caixas foram reduzidos no Estado. 

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