"Reivindicações são válidas, mas momento não é", afirma Sindicam sobre greve dos caminhoneiros no Ceará

Em entrevista ao O POVO, membro da diretoria do Sindicam-CE frisou que a decisão de não aderir à greve foi tomada em acordo com trabalhadores do setor

Contra a convocação de greve nacional dos caminhoneiros, o Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos no Ceará (Sindicam-CE) afirma concordar com as pautas do movimento, mas, diante da pandemia de Covid-19, considera inviável realizar manifestações. Em entrevista exclusiva ao O POVO, Joana D’arque Seixas, secretária executiva da entidade, explica que a decisão foi tomada em acordo com pedidos da maior parte dos trabalhadores associados.

“Muitos profissionais vieram aqui no sindicato, procuraram-me: 'Dona Joana, não tem como ficarmos sem trabalhar agora, não podemos parar''', declarou a secretária executiva sobre os diálogos com a categoria na tomada de decisão de não aderir à greve. Ela esclareceu ainda que não houve registro de qualquer caminhoneiro associado que tenha manifestado interesse em aderir ao ato.

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O risco à saúde e a incerteza econômica estão entre os fatores que compõem a decisão do sindicato. “É preciso esclarecer que nós não estamos abandonando o transportador, nós estamos resguardando o transportador”, explicou Joana. Ela frisa que o sindicato apoia as reivindicações que se posicionam contra o aumento do diesel e cobram um reajuste do teto mínimo do valor do frete, mas que é preciso “ter calma e aguardar um pouco mais”.

Integrante da Diretoria do Sidicam-CE, Joana diz que existem vias alternativas de cobrar melhorias para os trabalhadores respeitando “o momento delicado” que é a pandemia de Covid-19. “Quando esgotar todos os recursos junto ao presidente, todas as tentativas, aí é provável que todo mundo se junte (à greve), mas no momento não”, pontuou, afirmando ter entrado em contato direto com sindicatos dos estados de Alagoas, Maranhão e da Bahia e consolidado, em conjunto, posição contrária ao movimento.

Em acordo com a decisão do sindicato de Alagoas, o caminhoneiro de 42 anos, Elenaldo dos Santos, manteve sua rotina de entregas, não aderindo à greve. Após descarregar no Ceará, ele aguardava às margens da BR-166, próximo a Itaitinga, uma nova encomenda para retornar a Alagoas. 

Ele esclarece ainda que profissionais autônomos dependem exclusivamente das entregas para compor a renda mensal e que com a paralisação não teria como se sustentar. Apesar de contexto adverso, ele afirma concordar com as reivindicações exigidas que incluem ainda questionamentos diante da demora no julgamento de constitucionalidade da lei do piso mínimo do frete pelo Supremo Tribunal Federal (STF). (Colaborou Samuel Pimentel)

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