"Reivindicações são válidas, mas momento não é", afirma Sindicam sobre greve dos caminhoneiros no Ceará
Em entrevista ao O POVO, membro da diretoria do Sindicam-CE frisou que a decisão de não aderir à greve foi tomada em acordo com trabalhadores do setor
12:16 | Fev. 01, 2021
Contra a convocação de greve nacional dos caminhoneiros, o Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos no Ceará (Sindicam-CE) afirma concordar com as pautas do movimento, mas, diante da pandemia de Covid-19, considera inviável realizar manifestações. Em entrevista exclusiva ao O POVO, Joana D’arque Seixas, secretária executiva da entidade, explica que a decisão foi tomada em acordo com pedidos da maior parte dos trabalhadores associados.
“Muitos profissionais vieram aqui no sindicato, procuraram-me: 'Dona Joana, não tem como ficarmos sem trabalhar agora, não podemos parar''', declarou a secretária executiva sobre os diálogos com a categoria na tomada de decisão de não aderir à greve. Ela esclareceu ainda que não houve registro de qualquer caminhoneiro associado que tenha manifestado interesse em aderir ao ato.
Leia mais
-
Passagem de mercadorias para o Ceará, trânsito flui tranquilamente na Bahia, diz PRF
-
Caminhoneiros param duas pistas da Rodovia Castello Branco, em São Paulo
-
Em meio à incerteza da greve dos caminhoneiros no Ceará, movimento nas Ceasas é considerado "calmo"
-
Caminhoneiros: rodovias federais têm fluxo livre, afirmam Infraestrutura e PRF
-
Entidades de transporte se dividem em relação à greve dos caminhoneiros
-
Tarcísio nega conflito com caminhoneiros e diz que movimento de greve será mínimo
-
CNTA e Abrava reforçam posição contrária à greve dos caminhoneiros
-
Apesar do apelo de Bolsonaro, caminhoneiros mantêm paralisação
-
Por caminhoneiros, governo pode cortar benefício para pessoas com deficiência
-
Governo Federal estuda retirar benefícios de carros mais caros para compensar PIS/Cofins do diesel aos caminhoneiros
-
Sindicato cearense diz que não vai aderir à greve dos caminhoneiros no dia 1º de fevereiro
-
CNT nega apoio à possível greve dos caminhoneiros e garante abastecimento
-
Greve dos caminhoneiros com adesão no Ceará está confirmada para o próximo dia 1º, diz ANTB
-
Caminhoneiros protestam em São Paulo contra aumento do ICMS
-
Governo publica nova tabela do frete rodoviário com aumento médio até 2,51%
-
Sob ameaça de greve dos caminhoneiros, Bolsonaro diz que vai zerar tarifa de importação de pneus
-
Caminhoneiros convocam nova assembleia para se mobilizar por greve
-
Greve dos caminhoneiros em fevereiro pode ser maior do que em 2018, diz Associação do Transporte Autônomo
Integrante da Diretoria do Sidicam-CE, Joana diz que existem vias alternativas de cobrar melhorias para os trabalhadores respeitando “o momento delicado” que é a pandemia de Covid-19. “Quando esgotar todos os recursos junto ao presidente, todas as tentativas, aí é provável que todo mundo se junte (à greve), mas no momento não”, pontuou, afirmando ter entrado em contato direto com sindicatos dos estados de Alagoas, Maranhão e da Bahia e consolidado, em conjunto, posição contrária ao movimento.
Em acordo com a decisão do sindicato de Alagoas, o caminhoneiro de 42 anos, Elenaldo dos Santos, manteve sua rotina de entregas, não aderindo à greve. Após descarregar no Ceará, ele aguardava às margens da BR-166, próximo a Itaitinga, uma nova encomenda para retornar a Alagoas.
Ele esclarece ainda que profissionais autônomos dependem exclusivamente das entregas para compor a renda mensal e que com a paralisação não teria como se sustentar. Apesar de contexto adverso, ele afirma concordar com as reivindicações exigidas que incluem ainda questionamentos diante da demora no julgamento de constitucionalidade da lei do piso mínimo do frete pelo Supremo Tribunal Federal (STF). (Colaborou Samuel Pimentel)