Bolsonaro apela para caminhoneiros não realizarem greve e avalia medidas no diesel
Movimento está previsto para começar segunda-feira, dia 1º. Presidente teve reunião hoje, não agendada, com o ministro da Economia, Paulo Guedes
13:24 | Jan. 27, 2021
O presidente da República, Jair Bolsonaro, fez nesta quarta-feira um apelo aos caminhoneiros para que desistam da paralisação da categoria, programada para a semana que vem. A data prevista é 1º de fevereiro, próxima segunda-feira.
Leia mais
Norma de pesagem é revisada e caminhoneiro pagará menos, diz ministro
Governo publica nova tabela do frete rodoviário com aumento médio até 2,51%
Sob ameaça de greve dos caminhoneiros, Bolsonaro diz que vai zerar tarifa de importação de pneus
Caminhoneiros convocam nova assembleia para se mobilizar por greve
"Reconhecemos o valor dos caminhoneiros para a economia, apelamos para eles que não façam greve, que todos nós vamos perder", pediu o presidente.
Bolsonaro esteve nesta quarta-feira, 27, com o ministro da Economia, Paulo Guedes, na sede da pasta. A reunião não estava na agenda oficial de nenhum deles. No encontro, um dos assuntos foi justamente a possibilidade de compensar os caminhoneiros pelo aumento no preço do diesel.
"Estamos estudando medidas. Agora não tenho como dar uma resposta de como diminuir o impacto, na verdade foram R$ 0,09 (de aumento) no preço do diesel (na refinaria). Para cada centavo no preço do diesel que por ventura nós queremos diminuir, no caso o PIS/Cofins, equivale a buscarmos em algum outro local R$ 800 milhões. Então não é uma conta fácil de ser feita", afirmou o presidente.
Técnicos ressaltam que o corte no PIS/Cofins somente vai adiante se houver compensação, ou seja, elevação de outro tributo ou corte de subsídio. As opções ainda estão sendo analisadas pela área econômica. Há quem seja contra a medida por considerar que resolve a questão apenas no curtíssimo prazo, sem afastar risco de novos reajustes nos preços.
Bolsonaro disse que a Petrobras dá reajustes conforme o preço do petróleo no mercado internacional e a cotação do dólar. "Ontem tivemos boa notícia, dólar baixou 20 centavos", afirmou.
O presidente atribuiu os preços elevados do combustível à carga de impostos, sobretudo estaduais. "O diesel, na refinaria, o preço está razoável, mas até chegar na bomba de combustível tem ICMS, tem margem de lucro, tem transportador, tem muito monopólio no meio disso", afirmou.
"A solução não é fácil e estamos buscando uma maneira de não ter mais esse reajuste (para o diesel). Porque os impostos federais, a gente sempre disse, eu estou pronto para zerar, a gente vai para o sacrifício, mas gostaria que o ICMS acompanhasse também essa diminuição", acrescentou.