Governo muda edital e bonde turístico irá do Dragão do Mar ao José de Alencar

O bonde será um Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), movido a energia elétrica, silencioso e não poluente

19:37 | Jan. 07, 2021

Por: Redação O POVO
Novo roteiro do projeto do bonde turístico (foto: Governo do Ceará/divulgação)

O Governo do Ceará alterou o projeto do Bonde Elétrico Cultural e Turístico de Fortaleza, cujo edital foi antecipado pelo O POVO no último dia 31. Estão previstas agora quatro paradas, no lugar das nove anteriores. O novo projeto irá até a Praia de Iracema e não chega mais até o aterro e a Beira Mar, nem passa pelo local onde foram iniciadas obras do aquário na Praia de Iracema — onde havia uma parada, no projeto anterior. Em compensação, o custo agora é de cerca de R$ 116 milhões. O edital anterior era de R$ 214.863.421,67.

O novo projeto tem quatro paradas:

- Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura

- Mercado Central

- Estação das Artes

- Theatro José de Alencar

As paradas anteriores seriam:

- Estação das Artes (Praça da Estação)

- Passeio Público

- Mercado Central

- Castro e Silva

- Dragão do Mar

- Acquario

- Praia de Iracema

- Aterro

- Barão de Studart

O percurso tem 2,1 km. O novo edital de licitação foi publicado no Diário Oficial do Estado desta quinta-feira, 7. A proposta alterada foi aprovada pelo governador Camilo Santana (PT).

O bonde será um Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), movido a energia elétrica, com baterias e/ou supercapacitores. Não terá catenária. Será silencioso e não poluente. A capacidade será de 230 passageiros.

O roteiro passa pela Biblioteca Pública Menezes Pimentel, Teatro São José, casario histórico da avenida Pessoa Anta, Forte de Nossa Senhora da Assunção (10ª Região Militar), Catedral da Sé, Passeio Público e Emcetur.

O edital terá a liderança da Secretaria da Infraestrutura do Ceará (Seinfra-CE) e contempla a aquisição do material rodante, obras civis, o desenvolvimento dos projetos executivos de arquitetura, engenharia e sistemas, além da operação assistida do equipamento.

Outro projeto

O projeto substituído, com maior percurso e número de paradas, não foi totalmente descartado. Segundo o Governo, a rota de 4,7 km de percurso que estava com projeção de passar pela Beira Mar, ainda permanece em análise. A ideia é que seja encontrado um parceiro para uma Parceria Público-Privada (PPP).

Repercussões do primeiro projeto

Com especulações há muitos meses, no fim de 2020 o Governo anunciou a licitação para implantação do bonde elétrico turístico de Fortaleza. O projeto era composto pelo trecho localizado entre o calçadão da Beira-Mar, nas imediações do fim da av. Barão de Studart e a Praça da Estação, com aproximadamente 6 km de extensão, paradas, pátio de manutenção e centro de controle.

O edital, do tipo menor preço, contrataria uma empresa especializada para elaborar desde o desenvolvimento dos projetos executivos de arquitetura, engenharia e sistemas até a operação assistida e entrega à operação comercial do equipamento. E, além dos R$ 214,8 milhões previstos na obra, o cronograma estimava 15 meses de execução.

A repercussão ao projeto não foi de todo positiva. Opositor do Governo na Assembleia Legislativa do Ceará (ALCE), o deputado estadual Heitor Férrer (Solidariedade) foi às redes sociais e reclamou do projeto, chamando-o de "coisa surreal", "aquário 2" e simboliza "imensa falta de sensibilidade do governador às prioridades do povo cearense".

"Esse bondinho para levar o turista do centro da cidade à Beira-Mar é a coisa mais surreal que podemos imaginar. Com esse valor de 214 milhões de reais, você faz moradia popular para 20 mil pessoas e opera 100 mil cataratas, por exemplo. Nesses tempos em que o Estado passa por dificuldades, a prioridade deve ser outra", disparou em vídeo publicado em suas redes sociais. A promessa de Heitor era dar entrada à petição na Justiça contra o projeto.

Fortaleza 2040

Conforme o Plano Fortaleza 2040 os bondes modernos têm custo de implantação até sete vezes menor que o metrô e manutenção cinco vezes mais barata. Como vantagem, além do custo, fala-se em requalificação da paisagem urbana, redução do espaço para automóvel e aumento do uso do espaço público.

 

Veja o antigo e o novo percurso: