Para evitar golpes, cadastro de chaves do Pix deve ser feito somente em canais de financeiras
Federação Brasileira de Bancos (Febraban) afirma que criminosos têm tentado realizar fraudes quanto a esse processo
O cadastramento de chaves feito por usuários do Pix, novo sistema de pagamentos e transferências instantâneas, deve ser feito somente por canais oficiais de instituições financeiras. A orientação foi dada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), nesta quarta-feira, 21, que alertou quanto a existência de golpistas que se apropriam dessa movimentação para roubarem dados dos clientes.
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Com a operação programada para ter início em novembro deste ano, o sistema permite agendamentos e transferências feitas de forma ágil e gratuita. Para ter facilidade de acesso na nova função, é necessário que o usuário cadastre até cinco chaves no sistema, utilizando dados como o número de celular ou o e-mail.
Esse cadastramento permite que os clientes sejam identificados durante as transações e que seus dados fiquem em segurança. No entanto, conforme a Febraban, o processo precisa ser feito apenas em canais institucionais como “aplicativo bancário, internet banking, agências” ou ainda por meio de contato direto à central de atendimento.
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Isso porque golpistas têm se aproveitado dessas movimentações para roubarem dados de usuários. De acordo com a instituição, os criminosos enviam falsos links por meio do WhatsApp, e-mail, redes sociais e mensagens de SMS, prometendo direcionar a um suposto cadastro no sistema.
No entanto, ao clicarem no link os clientes são levados para uma página falsa de banco, que permite a instalação de um “arquivo malicioso”. Esse sistema rouba não apenas os dados pessoais do usuário, como também os bancários.
Quando a tentativa de fraude não ocorre por meio de envio de links, ela acontece por ligação. Conforme a federação, golpistas se passam por funcionários da instituição vinculada ao cliente e ligam para ele, solicitando dados pessoas e financeiros sob alegação de cadastramento das chaves do novo serviço.
Em relação a isso, a Febraban ainda destacou que os dados “jamais são solicitados ativamente pelas agências financeiras”. Como orientação, a instituição sugeriu que o cliente procure “sempre o gerente de seu banco, uma agência ou a central de atendimento oficial” para esclarecer dúvidas.
Como funciona o cadastramento de chaves
O cadastro de informações no sistema está disponível desde o dia cinco deste mês e pode ser realizado a qualquer momento. De acordo com a instituição, esse processo vai permitir que o usuário faça transações sem precisar passar todos os seus dados para quem for efetuar a transferência.
A “Chave Pix”, como é intitulada, ganhará um apelido do cliente- que o permitirá identificar sua conta no sistema. Os quatro tipos de chaves que podem ser cadastradas são: número de CPF/CNPJ, endereço de e-mail, número do telefone celular ou uma sequência de códigos.
O cadastramento de chaves não é obrigatório. No entanto, se o usuário optar não realizar esse processo ele precisará passar pelo procedimento de digitar todos os “dados bancários do destinatário” para que a transação seja efetuada.
Golpes não devem impactar sistema
De acordo com Ricardo Coimbra, Mestre em Economia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), a criação de algo novo na área financeira sempre possibilita o aparecimento de golpistas. Por esse motivo, é “comum” que os clientes fiquem assustados e tenham medo em realizar operações no Pix.
“As pessoas sentem medo no início, da mesma forma que ocorreu quando surgiu as compras online”, aponta o especialista. Ricardo afirma, no entanto, que esse receio tende a desaparecer e aponta que um número cada vez maior de clientes deve aderir ao novo sistema.
Esse cenário deve acontecer mesmo com as fraudes cometidas por criminosos. De acordo com Coimbra, a implantação do sistema não será prejudicada por essas tentativas de golpes, uma vez que ela já vem ganhando força.
“Não vai gerar impacto sobre a implementação. Até porque, pelos índices que se tem, todos os dias aumenta o número de pessoas que já aderiram e que já realizaram o cadastro”, destaca, orientando ainda: “A primeira coisa que as pessoas têm que fazer é evitar passar dados pessoais para qualquer um e buscar suas operadoras financeiras”.
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