IPCA-15: Preços de produtos e serviços registra alta de 0,31% na RMF em julho
Segundo o IBGE, o aumento foi puxado pela elevação nos combustíveis
16:04 | Jul. 24, 2020
O Índice Nacional de Preços do Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) registrou alta de 0,31% em julho, após ter registrado queda de -0,17% em junho, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). A alta foi puxada pelo grupo de transporte com destaque para os combustíveis. Os dados foram divulgados, nesta sexta-feira, 24, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o levantamento do IBGE, a variação acumulada na RMF no ano ficou em 1,72%, a segunda maior do País, atrás apenas de Recife (PE) com 1,76%. Em relação aos últimos 12 meses, o índice foi de 2,64%, maior taxa entre as regiões pesquisadas. Em julho de 2019, o IPCA-15 tinha registrado taxa de 0,21%.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, cinco apresentaram alta em julho, sendo que o maior impacto (0,22 ponto percentual), e a maior variação positiva (1,11%) vieram dos Transportes, que teve alta após quatro meses de quedas. O segundo maior impacto (0,08 p.p.) veio de Habitação, que registrou 0,50% de variação. Também tiveram elevação de preços os Artigos de residência (0,68%), a Saúde e cuidados pessoais (0,40%) e a Comunicação (0,46%).
A elevação no grupo de Transportes (1,11%) foi impactada pela alta nos preços dos combustíveis (4,40%) com destaque para gasolina que, após quatro meses consecutivos de quedas, subiu 4,47%. Também registraram variações positivas, o etanol (4,92%), o óleo diesel (2,50%) e o gás veicular (0,01%).
Segundo a análise do economista e conselheiro regional do Conselho Regional de Economia Ceará (Corecon), Ricardo Eleutério, a alta registra movimentação na economia, o que traduz na realidade a retomada das atividades econômicas no Estado. Entretanto, a taxa gera preocupação, pois a inflação tira o poder de compra dos agentes econômicos, ou seja, ela deteriora a renda. “A alta na taxa corrói a renda dos fortalezenses, que já muito baixa”, destaca o economista.
No cenário nacional, o IPCA-15 apresentou alta de 0,30% em julho, após o resultado de 0,02% registrado em junho. No ano, a taxa acumula alta de 0,67% e, nos últimos 12 meses, a variação acumulada foi de 2,13%, acima dos 1,92% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em julho de 2019, a taxa havia sido de 0,09%.
O IPCA-15 mede a variação de preços no mercado varejista, mostrando, assim, o aumento do custo de vida da população, também é responsável por medir a média prévia da inflação oficial. Para o índice de julho, foram coletados os preços a partir de 16 de junho a 14 de julho de 2020 e comparados entre 15 de maio a 15 de junho de 2020.
Setores em deflação
Entre as quedas, os destaques foram Vestuário (-0,91%) e Alimentação e bebidas (-0,13%). Os demais grupos com deflação foram as Despesas pessoais (-0,23%) e a Educação (-0,07%).
O grupo Vestuário apresentou o menor resultado (-0,91%) e o impacto negativo mais intenso (-0,04 p.p.) no índice de julho. Embora as joias e bijuterias (1,67%) tenham subido pelo segundo mês consecutivo, foram registradas quedas nos preços das roupas femininas (-1,32%), masculinas (-1,18%) e infantis (-0,59%), além dos calçados e acessórios (-0,88%).
O grupo Alimentação e bebidas (-0,13%) apresentou queda em julho, após quatro meses consecutivos de altas. A alimentação no domicílio caiu 0,20%, influenciada pela redução nos preços de alguns tubérculos, raízes e legumes (-15,76%), como o tomate (-22,75%), a batata-inglesa (-20,70%), a cenoura (-18,60%) e a cebola (-7,09%). Além disso, o frango inteiro (-1,22%) e o ovo de galinha (-1,82%) registraram quedas mais intensas na comparação com junho (-0,67% e -0,68%, respectivamente).