Retomada gradual de atividades de grande aglomeração está prevista para 20 de julho no Ceará, mostra documento da Abrasel

A data é apenas uma previsão, pois a flexibilização pode ser revista em caso de ampliação da curva de contágio da Covid-19. Restaurantes, no entanto, já têm retorno previsto para o dia 22 de junho, com funcionamento de 15 mesas por vez

10:32 | Mai. 28, 2020

Por: Áquila Leite
FASE INICIAL de abertura não contempla o comércio como um todo (foto: FÁBIO LIMA)

Com a previsão de ser anunciado nesta quinta-feira, 28, pelo governador Camilo Santana, o plano para a retomada gradual dos setores econômicos do Ceará deve ter sua última etapa no dia 20 de julho, data prevista para o retorno de atividades de grande aglomeração no Estado, aponta um documento da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) apresentado na quarta-feira, 27, aos associados. Vale destacar que o cronograma ainda pode sofrer alterações, dependendo da ampliação da curva de contágio da Covid-19.

Escolas, por exemplo, são consideradas atividades de grande aglomeração. Sobre o retorno dos colégios, o Estado já se manifestou por meio de nota: "O Governo do Ceará esclarece que o retorno às aulas presenciais, das escolas públicas e particulares, será definido por Decreto Estadual a ser divulgado posteriormente, com base nos estudos da equipe estadual de Saúde. Ressalta entretanto que as escolas devem estar na última fase da abertura devido ao caráter de alta aglomeração".

Bares e restaurantes

Na última terça-feira, 26, o governador do Estado já havia anunciado que o plano de retomada gradual teria início na próxima segunda-feira, 1º de junho, através de um período de transição de sete dias. Conforme o documento da Abrasel, serviços de alimentação fora do lar, como restaurantes, porém, serão retomados no dia 22 de junho, antes da data prevista para as grandes aglomerações. "Segundo apresentado pelo Governo, os estabelecimentos apenas poderiam funcionar com, no máximo, 15 mesas por vez", diz o demonstrativo interno da entidade.

Diretor executivo da Abrasel, Taiene Righetto elogiou o cronograma apresentado pelo Governo ao grupo de trabalho que está viabilizando os pontos do plano, mas destacou que, no caso dos restaurantes, a data prevista e as condições de retorno ainda não atendem a necessidades do setor. "Nosso pleito é retomar já na primeira fase (8 de junho), após a transição de sete dias, com horários reduzidos e medidas de segurança. Isso é necessário até mesmo para atender às pessoas que retornarão ao trabalho e que precisarão fazer suas refeições com segurança", comenta, acrescentando que já foi enviado ofício à Casa Civil com o pleito do segmento, com proposta de funcionamento escalonado das 11 às 15 horas para atender aos horários de almoço de diferentes setores.

Outro ponto levantado pela Abrasel diz respeito à exigência de que os estabelecimentos funcionem, em um primeiro momento, com o limite de 15 mesas. Conforme Taiene, "a conta não fecha" neste caso. "Um bistrô com 15 mesas é lotação, já um restaurante de mil metros quadrados vai estar vazio e não compensa nem abrir. A nossa sugestão é de que a retomada seja com um limite de 50% da capacidade máxima", destaca o diretor da Associação.

Em nota, a Associação frisa que os trabalhadores que voltarem ao mercado com a flexibilização da quarentena "precisarão ter local de alimentação de forma segura, adequada e sem aglomerações, fato esse que só restaurantes podem oferecer". O presidente da Abrasel, Rodolphe Trindade, destaca, por exemplo, que outras cidades que reabriram parte a economia e não colocaram os restaurantes abertos para atender os trabalhadores tiveram problemas com aglomerações. "Em Porto Alegre e Belo Horizonte, os supermercados e padarias ficaram lotados, isso sem falar em aglomerações na rua, com pessoas vendendo quentinhas. Os trabalhadores merecem um lugar decente e com todos os cuidados para fazer suas refeições", argumenta.

 

Previsões de retorno da economia no Ceará

Conforme dados do Ministério da Saúde divulgados pelo jornal O Globo, o Ceará já tem, atualmente, a menor taxa de transmissão da Covid-19 no Brasil, com índice de reprodução de 1,08, inclusive abaixo da média nacional, de 1,92. O cálculo para chegar a este índice leva em consideração a taxa de crescimento e a quantidade de pacientes recuperados e de casos ativos.

A partir da estabilidade, portanto, a decisão do Governo do Ceará é iniciar uma retomada gradual das atividades a partir de 1º de junho, passando pela fase de transição de sete dias. Isso significa que a reabertura controlada se iniciará efetivamente no dia 8 de junho, marcando a primeira fase de 14 dias de análise dos índices de saúde com a economia em andamento. Seguindo este cronograma de 4 etapas a cada 14 dias, a ordem de liberação dos setores, indo do baixo risco e alto impacto econômico até o alto risco e baixo impacto econômico, deve se dar conforme mostra o documento da Abrasel: 

1º de junho a 8 de junho - fase de transição (indústria e construção civil).

8 de junho a 22 de junho - primeira fase de retomada gradual (indústria, serviços e comércio).

22 de junho a 6 de julho - segunda fase de retomada gradual (13 cadeias de menor risco, sem limitações, além de comércio em shoppings e serviços).

6 de julho a 20 de julho - terceira fase de retomada gradual (12 cadeias - complementam cadeias anteriores de atividades sem aglomeração e de alta vulnerabilidade).

A partir de 20 de julho - quarta e última fase, com volta de atividades com grande aglomeração, como escolas (10 cadeiras: atividades de grande aglomeração + completa cadeias de atividades de baixa vulnerabilidade). 

Observação: As datas são apenas uma previsão, pois se os índices de saúde piorarem o cronograma muda.

Veja documento Abrasel: