Magazine Luiza diz ter fôlego para suportar 2 anos de lojas fechadas

Presidente da empresa, Frederico Trajano, disse ainda que o grupo trabalhou, desde o início da crise causada pela pandemia, como se não tivesse esse fôlego

17:41 | Mai. 26, 2020

Por: Jornal do Commercio
Os clientes pagarão os mesmos impostos ao comprar em qualquer uma das duas lojas (foto: Marcelo Aprígio / JC Imagem)

De acordo com o presidente do Magazine Luiza, Frederico Trajano, o caixa da empresa tem fôlego para suportar dois anos de lojas físicas fechadas, segundo o jornal O Estado de S. Paulo. A afirmação de Trajano foi dada nesta terça-feira, 26, durante uma teleconferência com investidores. Ele disse ainda que o Magazine Luiza trabalhou desde o começo da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus como se não tivesse esse fôlego.

O Magazine Luiza terminou o primeiro trimestre do ano com posição de caixa total de R$ 4,6 bilhões. Quanto ao segundo trimestre, Trajano disse que maio deve ter crescimento em relação ao mesmo período do ano passado. No balanço, a companhia divulgou o crescimento de 46% em vendas totais até o dia 20 deste mês.

A empresa teve lucro líquido de R$ 30,8 milhões no primeiro trimestre de 2020, uma queda de 76,7% se comparado ao mesmo período de 2019. Porém, nesta mesma base de comparação, as vendas totais subiram 34%, alcançando R$ 7,7 bilhões no trimestre.

Todas as lojas físicas da empresa fecharam no período de 20 a 30 de março, por causa das medidas de isolamento social, o que explica estes resultados. Com as vendas acontecendo apenas no e-commerce e marketplace, as margens da empresa diminuem e o resultado final é substancialmente menor.

Trajano afirmou que o investimento de anos no e-commerce deu frutos neste momento de crise.

"Reforçamos o caixa, emitimos debênture e fizemos descontos recebíveis. Podemos fazer ainda outras ações do tipo, mas a perspectiva com abertura de lojas é mais positiva", disse.

A companhia adotou as medidas previstas na Medida Provisória 936, que permite a redução de jornada de trabalho e de salário, também renegociou aluguéis e emitiu uma debênture no mês de abril que irá remunerar com taxa do CDI mais 1,5% de juros.

O conselho do Magazine Luiza também cancelou a distribuição de dividendos adicionais de R$ 290,914 milhões. A medida foi tomada para a preservação de caixa da companhia em "momento de incertezas", de acordo com a ata da reunião. Ficou decidida a distribuição total de R$ 170 milhões, correspondente a 19,35% do lucro líquido apurado no exercício.

Nesta terça, com o resultado bem recebdio, os papéis ON da companhia chegaram a subir mais de 10%, atingindo cotação de R$ 67,35, ultrapassando máximas históricas de fechamento.

Perspectivas de futuro

Embora tenha perspectivas positivas para os próximos trimestres com a reabertura das lojas físicas, o presidente do Magazine Luiza não é otimista com a situação da pandemia no País. "O Brasil é um dos únicos países a reabrir o comércio com casos de Covid-19 crescendo", disse.

O Magazine Luiza já tem, sim, lojas reabertas pelo País. A unidades que reabriram representam 40% do parque da empresa. Porém, para que voltar a funcionar, a empresa segue um protocolo que avalia vários aspectos, inclusive a quantidade de leitos de UTI ocupados e números de casos no local onde a unidade está situada. As lojas reabertas estão em cidades pequenas.

Frederico Trajano não descarta novos fechamentos por causa da evolução da pandemia do novo coronavírus no Brasil, mas adiantou que em junho a companhia terá mais lojas reabertas. (Carolina Fonsêca)

Do Jornal do Commercio via Rede Nordeste