Com redução de movimento pela metade, preço da gasolina segue em queda no Ceará

O POVO encontrou postos vendendo o litro da gasolina por R$ 4,19 nesta quinta-feira, 9

19:45 | Abr. 09, 2020

Por: Bruno Balacó
FATORES externos e internos impactam na baixa da gasolina (foto: AURELIO ALVES)

Confirmando a movimentação das últimas duas semanas, o preço do litro da gasolina continua em viés de baixa nos postos de gasolina de Fortaleza. Depois de começar a semana custando, em média, R$ 4,45 — segundo o último levantamento semanal de preços da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) —, o valor do litro do combustível pode ser encontrado nesta quinta-feira, 9, a R$ 4,19, conforme O POVO verificou em estabelecimentos da Capital.

Por outro lado, alguns postos chegam a cobrar R$ 4,49 o litro. A média dos preços consultados é de R$ 4,38. A título de comparação, antes da quarentena, o valor encontrado pelos consumidores em média era de R$ 4,60 o litro da gasolina, queda de R$ 0,22 para cada 1.000 ml.

O diretor de assuntos econômicos do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Minerais no Estado (Sindipostos), Antônio José Costa, lembra que apesar dessa tendência de queda coincidir com o período de implantação das medidas restritivas de isolamento social em decorrência do novo coronavírus, a baixa nos preços é justificada por outros fatores. “O impacto da queda ocorre mais em função do mercado internacional, a partir da disputa entre Rússia e Iraque no preço do barril. Como a Petrobras está adquirindo o petróleo com o preço em baixa, o valor da gasolina tem sido repassado aos postos por um valor mais em conta”, explica.

Analisando os fatores locais, Costa revela que o novo coronavírus tem impactado a realidade do mercado de outra forma, resultando numa forte queda de movimento nos postos da Capital e do Interior, em função do reduzido número de veículos circulando pelas cidades. “Dependendo do bairro e da cidade, a queda no movimento chega a 80%, em relação à forma como era antes da pandemia. O que é fato é que nenhum posto consegue ter uma queda que não seja de pelo menos 50%, no comparativo ao período pré-coronavírus”, analisou o dirigente do Sindipostos.

Na avaliação do consultor na área de combustíveis e energia, Bruno Iughetti, a conjuntura indica que o preço da gasolina deve seguir em queda, gerando ainda o acirramento da concorrência entre os postos.

“Enquanto tivermos esse movimento de demanda em baixa, a concorrência vai ser aumentada entre os postos. Com isso, a tendência é uma queda no preço final na bomba dos postos. Dois fatores confluem para isso: a Petrobras reduzindo o preço final do petróleo na refinaria e ainda o aspecto do posto, que é o outro lado dessa cadeia produtiva, que sofre com a queda na sua demanda diária e baixa o preço em relação aos concorrentes até por uma questão de sobrevivência. A combinação dos dois fatores tende a impactar fortemente o preço da gasolina vendida nos postos”, pontua.