Setor de eletroeletrônicos teme acordo com a União Europeia

Empresários reclamam que não foram informados sobre os pontos do acordo. Falta de competitividade da indústria brasileira frente à europeia, além do alto custo de produção agravado pelos impostos podem representar desvantagens

23:20 | Jul. 29, 2019

Durante a abertura da 14ª edição da Eletrolar Show, nesta segunda-feira, 29, em São Paulo, o presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), Jorge Nascimento, comentou que o setor observa com atenção as movimentações em torno do acordo entre Mercosul e União Europeia (UE), firmado no último mês de junho. Ele acredita que fabricantes no Brasil podem ser prejudicadas.

Ainda sem definição final sobre o acordo envolvendo o setor, Nascimento revela que os empresários das fabricantes no Brasil só souberam do acordo depois do fim das negociações entre os representantes de UE e Mercosul.

"Sobre o acordo, gostaríamos de tomar conhecimento antes, ter participado junto porque temos altos investimentos no Brasil e queremos fazer com que os 150 mil empregos gerados pelo setor em 2018 sejam mantidos e até aumentados", comenta.

Na visão do presidente da Eletrolar, o Brasil precisa ter condições similares ao que têm as empresas do mesmo setor na Europa, "ou não teremos uma competitividade benéfica para a indústria instalada no País", o que beneficiaria as empresas estrangeiras nesse acordo.

Critica às tarifas e burocracias que existem no Brasil, pois acabam por prejudicar a indústria exportadora, além de algumas regras que considera "redundante" e problemas nacionais que fazem o custo do produto nacional aumentar.

"O próprio problema da segurança no Brasil, que faz com que muito dos nossos produtos precisem ser transportados com escolta sob risco de roubo. Tudo isso compõe o 'custo Brasil'", aponta.

 *O jornalista viajou a convite da Eletrolar