Gerdau negocia compra da Silat por US$ 100 milhões, diz jornal
A Silat tem capacidade instalada anual para fazer 600 mil toneladas de vergalhões e fio-máquina e 60 mil toneladas de telas
22:45 | Jun. 12, 2019
A Gerdau pode estar próxima de expandir o seu negócio no Ceará. A empresa brasileira de produção de aço estaria negociando a compra da Siderúrgica Latino-Americana (Silat), em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). A transação com o empreendimento no Estado gira em torno de US$ 100 milhões.
As informações são do Valor Econômico. Conforme a reportagem, a venda da instituição, criada em 2011 e pertencente ao grupo espanhol Hierros Añón, teria atraído ainda a atenção da mexicana Simec, com uma proposta de cerca de US$ 80 milhões. Entretanto, de acordo com a apuração do jornal, as negociações foram interrompidas diante da oferta mais atraente da Gerdau.
A instituição tem capacidade instalada anual para fazer 600 mil toneladas de vergalhões e fio-máquina e 60 mil toneladas de telas. O grupo espanhol havia traçado um projeto mais amplo para o País, com investimentos superiores a R$ 1 bilhão. No entanto, motivada pela crise econômica no Brasil, decidiu focar em seu empreendimento na Espanha, com produção no Braside apenas 100 mil toneladas, o que representa aproximadamente um quinto de sua capacidade.
A potencial compradora da instituição, a Gerdau, encerrou o primeiro trimestre de 2019 com R$ 10 bilhões de receita líquida. O percentual é 3,5% a menor em relação ao ano anterior. A diminuição foi influenciada pela redução dos volumes vendidos, motivado pelos desinvestimentos da instituição em 2018.
Segundo Ricardo Petral, empresário do setor metalmecânico, caso a negociação se concretize, a empresa conquistará mais condições de atuar no mercado do segmento nas regiões Norte e Nordeste. Ele acrescenta que a aquisição do empreendimento pode proporcionar crescimento de produção e variedade de produtos.
"O retorno para o setor metal mecânico, como um todo, é de um ganho de receita, geração maior de recursos e de postos de emprego para o setor", ressaltou Ricardo.
Já Ricardo Coimbra, mestre em economia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), disse que a aquisição da produtora de aço pode fortalecer o complexo industrial e portuário do Pecém. "Você acaba tendo o Estado do Ceará como um novo reduto da parte de siderurgia, de laminados e a talvez de crescimento e fortalecimento desse parque de produção”, conclui o especialista.
Procurada pelo O POVO Online, a assessoria de comunicação da Gerdau não confirma as negociações com o empreendimento e disse que "não comenta rumores de mercado". A reportagem também tentou contato por email e telefone, disponível no site da Silat, por volta das 19 horas, mas não obteve retorno.