Banco do Nordeste reduz juros do capital de giro

Com a pretensão de tornar seus clientes mais competitivos e estimular a economia local, o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) reduziu os juros que incidem sobre o capital de giro. O intuito é beneficiar todos os portes de empresas, mas principalmente as pequenas e médias. Recursos são advindos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), disponibilizados em operações de crédito sob condições especiais.

O crédito ofertado é destinado ao aumento de estoque no comércio; aquisição de matérias-primas e insumos utilizados no processo produtivo por prestadoras de serviços e indústrias; além de gastos gerais para o funcionamento dos empreendimentos. Também está disponível para agroindústrias e empresas turísticas. Em todas as ocasiões, a operação pode ter como garantia aval, fiança ou hipoteca.

De acordo com o presidente do BNB, Romildo Rolim, esse movimento torna o capital de giro “ainda mais atrativo para as empresas de todos os portes” na região. Ele informa que os empreendedores que utilizarem o recurso vão pagar juros menores do que aqueles praticados no mercado. A nova medida visa reduzir os juros, que antigamente ficavam na casa dos 0,49% ao mês, para a partir de 0,45% ao mês, com prazo de 36 meses para quitar a dívida.

Elogiando a ação, o mestre em Economia Ricardo Coimbra diz que esse crédito serve para que as empresas que não têm recursos possam manter o próprio funcionamento no dia a dia. “O foco (da redução de taxas) é estimular as empresas a terem custos menores”, diz ele, que também é professor das universidades Estadual do Ceará (Uece) e 7 de Setembro (Uni7).

Segundo o docente, essas operações podem beneficiar, além das empresas, os próprios consumidores. “Se o custo com o capital de giro da empresa for menor, pode haver a manutenção ou até mesmo a redução de preços dos produtos e dos serviços ofertados”, indica.

Condições de financiamento

Para conferir condições de financiamento basta clicar aqui; entrar em contato com a rede de atendimento ao cliente pelo número 0800 728 3030; ou ir até uma das 292 agências distribuídas por todo o Nordeste.

Ameaça ao Banco do Nordeste

O Banco do Nordeste do Brasil (BNB), bem como diversas outras empresas estatais pelo Brasil, tem sido alvo da agenda econômica do Governo Federal. Com discurso de “desaparelhamento do Estado”, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) teria planos de privatizar ou mesmo fundir o BNB com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Há um mês, deputados nordestinos lançaram a Frente Parlamentar Nacional em Defesa do Banco do Nordeste do Brasil, cujo objetivo é fortalecer e ampliar o debate acerca da importância da empresa para a região.

Diante disso, Ricardo Coimbra diz que a redução de juros do capital de giro também servirá como estratégia para melhorar a visibilidade do banco e para mostrar sua importância para a economia nordestina. “Essa política do BNB tem patamar bastante significativo, principalmente porque tem foco nas pequenas e médias empresas, que são as de maior capacidade de gerar emprego e renda”, explica.

Após manifestações negativas em diversos estados nordestinos contrários a possíveis mudanças no BNB, o ministro Paulo Guedes (Econômia) negou os rumores de privatização da empresa. "Continua sendo estatal", informou na última quarta-feira, 1º de maio, em ofício assinado pelo secretário Especial de Desestatização e Desinvestimento, Salim Mattar. Documento foi remetido à secretaria da mesa diretora da Câmara dos Deputados.