Ceará tem retração na atividade industrial em fevereiro

O mês de fevereiro foi de baixa no setor industrial do Ceará. Pelo quarto mês consecutivo, a atividade de produção registrou retração, fechando em 45,8 pontos. Entretanto, o percentual é o maior para o mês desde 2014. Os dados foram divulgados nessa quarta-feira, 3, pelo Observatório da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec).

“A queda com relação ao mês anterior mostra a dificuldade da indústria de tomar o crescimento em 2019”, ressaltou Antônio Martins, economista do observatório da Fiec. Ele diz ser normal que os primeiros meses do ano registrem essa baixa. Apesar de contabilizar redução, há expectativa de crescimento na demanda por bens industrializados e compra de insumos e matérias-primas nos próximos seis meses.

Outro motivo que pode explicar a retração da atividade no Ceará são as comemorações de Carnaval, que diferente de 2018, foram realizadas em março, o que acabou fazendo com que as empresas demorassem mais tempo para contratar, afetando a produção industrial.

No mercado de trabalho para o setor, verificou-se redução no quadro de funcionários, também pelo quarto mês consecutivo, considerando o índice de 46 pontos, em fevereiro. Por outro lado, os estoques de bens industrializados registraram crescimento, alcançando 54,6 pontos, o maior valor desde a greve dos caminhoneiros, em maio de 2018.

A Fiec disse que por conta da “piora das condições externas”, como a redução das projeções de crescimento econômico mundial, não há perspectivas para expansão das exportações de industrializados pelo Ceará. A intenção de investimentos registrou queda pelo terceiro mês consecutivo, ficando em 55,6 pontos em março, o que representa um decréscimo de 9,5 pontos em relação a dezembro.

Conforme o órgão, a redução das expectativas faz parte de um processo de ajuste do que os empresários esperam em relação à estagnação da economia brasileira e, das incertezas relacionadas à reforma da Previdência.