Governo quer elevar prazo mínimo de aplicação em LCA e LCI
Estudos
A ideia é concluir os estudos sobre mudanças nas aplicações de renda fixa e enviar ao Congresso Nacional até o fim do primeiro semestre, para que as novas regras passem a valer em 2017. O ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, quer discutir as medidas com o mercado antes de mandar para o Legislativo.
Segundo as fontes ouvidas pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, a avaliação é de que, apesar da necessidade do governo de aumentar as receitas neste ano, a tributação de títulos do agronegócio e do setor imobiliário não teria impacto relevante do ponto de vista arrecadatório.
Além disso, pesou o fato de os papéis serem funding importante para os setores agrícola e habitacional, respectivamente. Nos últimos anos, as fontes menos onerosas têm perdido depósitos e tributar esses títulos seria o mesmo que encarecer o crédito agrícola e imobiliário. O alongamento do prazo de aplicação beneficiaria mais os empréstimos para os setores, sem afugentar os investidores dos papéis, o que poderia ocorrer no caso da cobrança do Imposto de Renda.
Distorção
A ideia de tributar as letras foi defendida pelo ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy desde que ele tomou posse no ministério. O ex-ministro entendia haver uma distorção regulatória entre esses investimentos e outros de renda fixa, como CDBs e o Tesouro Direto, que estão sujeitos à incidência do IR.
No fim do ano passado, antes de ser substituído, Levy chegou a convencer o senador Romero Jucá (PMDB-RR) a apresentar um relatório prevendo a tributação dos papéis durante a tramitação da Medida Provisória 694/2015, que ainda não foi votada. Com a chegada de Nelson Barbosa, porém, o governo decidiu rever a posição e Jucá apresentou novo relatório, sem a tributação, no início desta semana.
Joaquim Levy via a Medida Provisória como uma última tentativa de emplacar mudanças para aumentar as receitas da União e resolver o que ele considerava distorções nas aplicações financeiras. "O Levy queria sair com parte do dever de casa feito", disse uma fonte. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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