Protestos de caminhoneiros no RS dificultam escoamento do leite, diz Sindilat
"Estamos com dificuldade de conseguir caminhões porque muitos profissionais não saíram de casa temendo vandalismo, ações de depredação, principalmente à noite. Quem não aderiu à greve tem medo de represálias", explicou. Mobilizados pelo Comando Nacional do Transporte (CNT), os grevistas começaram a protestar na última segunda-feira, 9, pedindo melhores condições de trabalho e exigindo a saída da presidente Dilma Rousseff.
Por enquanto, de acordo com Guerra, a situação não chega a configurar prejuízo. "Estamos entregando (a mercadoria) um ou dois dias depois. Não é desabastecimento. Temos que esperar mais para ter uma ideia melhor", falou, acrescentando que a ação do governo federal para inibir os bloqueios contribuiu para que o impacto da mobilização seja menor.
O governo endureceu as punições para o caso de interdição de vias. Os novos valores das multas foram definidos na terça-feira pelo Ministério da Justiça e publicados na edição desta quarta no Diário Oficial da União. A multa para o veículo que bloquear estradas passou de R$ 1.915 para R$ 5.746, podendo chegar a R$ 19.154 para os organizadores da mobilização. Os protestos nas rodovias perderam intensidade em todo o País.
Guerra lembrou que, na greve dos caminhoneiros ocorrida no início deste ano, as empresas associadas ao Sindilat-RS deixaram de receber 15 milhões de litros de leite para industrialização, pois não era possível captar o produto nas propriedades ou mesmo nos postos de resfriamento. Por ser perecível, boa parte deste leite cru estragou e foi descartado.
Desta vez, segundo ele, as indústrias lácteas no Rio Grande do Sul vêm conseguindo dar continuidade à captação do leite. "Nos últimos dias nós pudemos operacionalizar usando rotas alternativas e negociando para passar. Mas também é verdade que o movimento (grevista) não tem a mesma força que o anterior", avaliou.