Levy está muito enfraquecido e perde todas batalhas, diz MB Associados
"O governo atual não tem como se recuperar. Não conseguimos ver que a situação se mantenha até 2018 e uma mudança deve ocorrer até meados do ano que vem", avaliou o economista. Outro fator que pode mudar o governo são as eleições municipais do próximo ano, com uma redução de tamanho do PT para ser um partido pequeno, "de um dígito", na avaliação da consultoria. "Com isso, após as eleições municipais, não haverá a candidatura do ex-presidente (Luiz Inácio) Lula (da Silva)".
Para Mendonça de Barros, a articulação mais provável para a saída da presidente Dilma é o vice-presidente Michel Temer, que comandaria a transição até 2018. "O documento lançado no mês passado pelo PMDB, o 'Uma Ponte para o Futuro' mostra que o partido sabe dessa mudança necessária".
Segundo Mendonça de Barros, o País vive um momento único, com a conjunção de quatro fatores negativos: cenário externo desafiador, crise política de grande profundidade, crise macroeconômica clássica com todas as variáveis fora de lugar e ainda crise setoriais. "A última vez com quedas no PIB (Produto Interno Bruto) em dois anos, como ocorrerá em 2015 e 2016, foi após a crise de 1929, com queda em 1930 e 1931", exemplificou.
No curto prazo, na avaliação do economista, a situação econômica do País deve chegar ao "fundo do poço" entre o fim do primeiro semestre e o começo do segundo semestre de 2016, quando ainda deve ocorrer a perda do grau de investimento. "A parte boa é que no ano que vem a inflação será menor, e o Banco Central pode baixar até quatro pontos porcentuais de juros, o mercado externo (exportação) seguirá firme e a consolidação em muitos setores", disse. "A crise é muito pior que esperávamos, porém será mais rápida do que em outras épocas", concluiu.