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CNI avalia que houve deterioração mais intensa do quadro econômico

17:05 | 14/04/2015
O gerente-executivo de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, avaliou nesta terça-feira, 14, que no primeiro trimestre deste ano houve uma deterioração mais intensa do quadro econômico, se comparado com as condições observadas no fim do ano passado, quando foi apresentado o último Informe Conjuntural, estudo que apresenta as expectativas da entidade para a economia.

A CNI avalia que os ajustes promovidos pelo governo vão permitir que a meta de superávit para este ano, estabelecida em R$ 66,3 bilhões, seja alcançada. Segundo a entidade, as medidas revertem uma trajetória expansionista que vinha deteriorando as contas públicas. Na opinião do economista, entretanto, o ajuste fiscal não será suficiente se o governo não adotar um agenda positiva, com medidas que visam, por exemplo, a simplificação de procedimentos e redução da burocracia.

Em fase de ajuste, a entidade espera um ano de dificuldades e com retorno do crescimento apenas em 2016. O destaque negativo será a performance da indústria, que deve se retrair 3,4% neste ano. "O setor de serviços, geralmente um setor de inércia muito grande, deve mostrar queda em 2015", lembrou Flávio.

O economista ressaltou que o consumo das famílias deve cair 0,6% neste ano. "Até a década passada, o consumo das famílias crescia até mais que o investimento. Isso reflete a perda de fôlego da capacidade de consumo, em parte porque a inflação aumentou", disse, chamando a recomposição de tarifas públicas e preços administrados nos últimos meses de "choque tarifário". Segundo ele, os números negativos da economia se refletem no mercado de trabalho e já é possível observar um recuo do emprego no País.

Na opinião de Flávio, também é preciso considerar riscos não econômicos, como a crise enfrentada pela Petrobras. "Todas as investigações, ações judiciais e deterioração econômica da empresa comprometem as decisões de investimentos da estatal e impactam na formação de investimento global do País", afirmou. As dificuldades de articulação do Palácio do Planalto com o Congresso também são considerados. "A base parlamentar do governo está menos coesa e isso dificulta um pouco a aprovação de medidas mais completas, causa mais volatilidade, mais incerteza", disse.

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