Queda do petróleo refletiu no mercado interno, mas efeito é curto, diz FGV
Segundo ele, no entanto, o cenário atual que já mostra um "potencial de recuperação" do preço da commodity, o que deve estancar a influência dessa pressão deflacionária. Quase metade da desaceleração do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), recuo de 0,09% em fevereiro depois de alta de 0,56% em janeiro, é resultado da queda nos preços de bens intermediários, que incluem materiais e componentes para manufatura e combustíveis e lubrificantes para a produção.
"O preço do petróleo demorou, mas finalmente foi transmitido para o mercado interno, mas isso está acabando e é provável que o impacto deflacionário no IPA não se repita mais, ou pelo menos seja mais fraco", reforçou. "O principal deve ficar em fevereiro mesmo", completou.
"Já houve grande queda nos preços do querosene, por exemplo, que não vai se repetir", afirmou. Segundo a FGV, o querosene de aviação caiu 12,61% em fevereiro ante queda de 1,86% registrada em janeiro.
Câmbio
Quadros destacou ainda que praticamente todos os componentes do IPA contribuíram para a desaceleração, a despeito da valorização cambial que tem ocorrido nos últimos meses. "Nos últimos seis meses tivemos uma desvalorização forte, de quase 25%. É uma taxa alta e por um período prolongado suficiente que já poderia ter gerado repasse, mas ainda não aconteceu", afirmou.
Segundo ele, a pressão cambial ainda está restrita a alguns pontos iniciais da cadeia e ainda não avançou para os preços na ponta. "Pode ser que esse efeito venha a aparecer mais tarde, sempre acaba chegando, mas hoje essa não é uma preocupação de primeira grandeza", avaliou.