O perfil dos apartamentos para universitários
Apesar da expansão do nível superior em municípios do Interior cearense, vir para estudar em Fortaleza ainda é frequente. Primeiro, em 2010, chegaram Thiago e um primo para estudar agronomia na Universidade Federal do Ceará (UFC). Depois, outras duas primas também fizeram a mudança.
Os quatro dividem um apartamento de 64 metros quadrados (m²) no bairro Monte Castelo, próximo da avenida Bezerra de Menezes, de onde facilmente se deslocam para o Campus do Pici. São três quartos - sendo uma suíte, banheiro, sala, área de serviço e cozinha; tamanho que Thiago julga suficiente. “Casa grande dá trabalho para limpar e a gente passa o dia na faculdade”, pondera.
O jovem só diz sentir falta de um espaço próprio para estudos. “Os períodos de prova não batem, aí complica quando um quer ver TV e outro quer estudar”. Como o foco é o estudo, o futuro agrônomo avalia que prédios para estudantes não carecem de estrutura completa de lazer.
“Quanto mais lazer, mais caro seria manter. Conheço pessoas que estão vindo e encontram dificuldade”, opina o estudante.
Escolha
De Juazeiro do Norte, na região do Cariri, os pais do servidor público Paulo Victor Santana, 26, encontraram impasse na hora de adquirir apartamento para os filhos virem cursar o ensino médio em Fortaleza. “Eles iam comprar um, mas depois não deu certo e demoraram para achar um que atendesse aos requisitos e que fosse acessível”, recorda.
O espaço eleito foi um imóvel de 110 m², na Aldeota, próximo ao Centro, adquirido em 2000. Como os quatro filhos não ocuparam o apartamento simultaneamente, a família alugava quartos para outras pessoas de Juazeiro. “Ele funcionou como uma república” lembra o servidor público.
Paulo Victor cursou Direito na UFC, mas veio estudar em Fortaleza antes da graduação. “A prioridade era que fosse um lugar central para a gente se deslocar com facilidade, com transporte público, porque a gente não ia poder dirigir, e com facilidades próximas, como supermercado”.
O aluguel de um quarto em uma casa próxima à universidade foi a alternativa encontrada pela família da estudante de Odontologia da Unifor, Pedryna Veras, 22, que antes de vir de Barroquinha, a 413,3 km da Capital, morou na casa de parentes.
A proximidade da faculdade foi um dos critérios que mais pesou na escolha da família. “Pela comodidade, segurança. Também o preço, porque a dificuldade de se manter aqui é grande. Temos outras despesas. Não é nada fácil sairmos do interior, das casas dos nossos pais”. (Viviane Sobral)
FATORES RELEVANTES
NA ESCOLHA
Investimento
Não basta ser um bom lugar, tem que ser acessível. O preço do imóvel é importante porque a família vai ter outros custos e despesas para manter um filho em outra cidade.Localização
A preocupação é com a segurança. Ser um bairro próximo de onde vai estudar garante comodidade. A proximidade com outros serviços, como supermercado e farmácia, também atrai atenção.
Transporte público
Quem vem para estudar muitas vezes sequer tem idade para dirigir. Quando o empreendimento imobiliário está em uma região bem servida de transporte público, é garantia de tranquilidade para os pais e de facilidade para os filhos.Tamanho
A depender de quantas pessoas vão ocupar o imóvel, um quarto pode ser suficiente. Melhor ainda se comportar um espaço específico para estudo. Não pode faltar o básico, como área de serviço. Área de lazer é item secundário, e pior ainda se os equipamentos encarecerem o investimento.