Argentina cotada para entrar no Brics. Mas ela cabe?
Commodities, parque industrial e trabalhadores qualificados são pontos positivos à Argentina. Mas terá que melhorar sua postura nas relações internacionais
00:30 | Jul. 13, 2014
A Argentina poderá ser o mais novo membro dos Brics, a convite da China. A declaração de Li Baorong, representante de Pequim para a América Latina e Caribe, no início da semana, abriu a discussão se a Argentina possui calibre para acompanhar o ritmo de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
O economista em Assuntos Internacionais da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Agostinho Paschalicchio, para se manter no Brics, o país latino terá de mudar sua política externa, pagar a dívida junto aos credores estrangeiros e retomar a confiança dos investidores internacionais. “O curioso é que a Argentina chegou a ser uma nação desenvolvida, mas que aos poucos foi perdendo seu grau de desenvolvimento.”
Agostinho destaca que os pontos fortes da Argentina são a qualificação da mão de obra e o parque industrial (plásticos e automóveis) instalado. “As commodities também são diferenciais”, considera.
Para o especialista, a dívida externa não está nos padrões convencionais. “Os organismos internacionais deviam ter adotado medidas de pagamento menos rígidas e não uma penalidade ao país”, critica.
Complicadores
Mesmo com os fatores favoráveis aos vizinhos brasileiros, não agrada sua postura comercial comercial. “A Argentina gera entraves comerciais para o Mercosul, por causa do excesso de protecionismo”, destaca o economista Ricardo Eleutério. Para ele, a instabilidade financeira do país, além do distanciamento comercial com países da Europa e com os Estados Unidos, seriam fatores nocivos à saúde do Brics.
Além de uma possível relação intempestiva com os membros, a chegada da Argentina seria uma maneira de a China exercer maior influência na política internacional. “Tudo se trata de jogo político”, diz o professor em Economia Internacional da PUC-SP, Antônio Carlos dos Santos. Para ele, a Argentina no Brics disputaria a hegemonia da América do Sul com o Brasil.
Novos emergentes
A entrada de outros países emergentes no Brics representaria um maior poder de comércio para o grupo. Os mais cotados são Brics são Austrália, México, Tailândia e Indonésia. Somados, o Produto Interno Bruto desses países juntos alcançam US$ 3,7 trilhões.
Um diplomata do Itamaraty ouvido pelo O POVO, informou não ter deliberações para entrada de novos membros no Brics.
O economista em Assuntos Internacionais da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Agostinho Paschalicchio, para se manter no Brics, o país latino terá de mudar sua política externa, pagar a dívida junto aos credores estrangeiros e retomar a confiança dos investidores internacionais. “O curioso é que a Argentina chegou a ser uma nação desenvolvida, mas que aos poucos foi perdendo seu grau de desenvolvimento.”
Agostinho destaca que os pontos fortes da Argentina são a qualificação da mão de obra e o parque industrial (plásticos e automóveis) instalado. “As commodities também são diferenciais”, considera.
Para o especialista, a dívida externa não está nos padrões convencionais. “Os organismos internacionais deviam ter adotado medidas de pagamento menos rígidas e não uma penalidade ao país”, critica.
Complicadores
Mesmo com os fatores favoráveis aos vizinhos brasileiros, não agrada sua postura comercial comercial. “A Argentina gera entraves comerciais para o Mercosul, por causa do excesso de protecionismo”, destaca o economista Ricardo Eleutério. Para ele, a instabilidade financeira do país, além do distanciamento comercial com países da Europa e com os Estados Unidos, seriam fatores nocivos à saúde do Brics.
Além de uma possível relação intempestiva com os membros, a chegada da Argentina seria uma maneira de a China exercer maior influência na política internacional. “Tudo se trata de jogo político”, diz o professor em Economia Internacional da PUC-SP, Antônio Carlos dos Santos. Para ele, a Argentina no Brics disputaria a hegemonia da América do Sul com o Brasil.
Novos emergentes
A entrada de outros países emergentes no Brics representaria um maior poder de comércio para o grupo. Os mais cotados são Brics são Austrália, México, Tailândia e Indonésia. Somados, o Produto Interno Bruto desses países juntos alcançam US$ 3,7 trilhões.
Um diplomata do Itamaraty ouvido pelo O POVO, informou não ter deliberações para entrada de novos membros no Brics.