Cliente da Light no Rio terá reajuste em novembro

21:10 | Jun. 09, 2014

O consumidor fluminense, da área de concessão da distribuidora Light, que abrange principalmente a Região Metropolitana do Rio, verá a sua conta de luz ficar mais cara em novembro, data da revisão tarifária concedida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

No mesmo mês, haverá o repasse do restante do déficit que a empresa acumulou de janeiro até março, no valor de R$ 84,6 milhões, por ter sido obrigada a comprar energia no mercado de curto prazo, o mercado spot, onde o custo da energia é mais caro. Apenas por causa desse repasse, a previsão é de que a energia fique, em média, 1% mais cara na área de concessão da Light.

O déficit total acumulado pela empresa foi de R$ 1,24 bilhão, mas R$ 1,16 bilhão foi coberto pela operação envolvendo o Tesouro Nacional, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e um grupo de bancos. Esse dinheiro será cobrado dos consumidores em 2015. No entanto, ainda faltou cobrir os R$ 84,6 milhões, que serão cobrados de uma vez, em novembro.

A defasagem ocorreu porque não houve oferta no mercado de eletricidade, o que obrigou a Light e outras distribuidoras a recorrerem ao mercado spot, onde a energia é mais cara e chegou a alcançar o valor máximo praticável de R$ 822,00 por megawatt/hora (MW/h).

Em encontro com investidores nesta segunda-feira, 09, no Rio, o diretor financeiro da distribuidora, João Batista Zolini Carneiro, afirmou que a situação da oferta de energia elétrica melhorou, mas permanece o desconforto. "Para estar confortável, teríamos que ter o nível dos reservatórios em 70%", afirmou o executivo.

A Light anunciou que irá investir R$ 1,07 bilhão ao ano, na média do período de 2015 a 2017. Desse total, R$ 733 milhões vão para a área de distribuição e R$ 102 milhões, para geração. Em 2014, o investimento será de R$ 1,05 bilhão, dos quais R$ 698 milhões serão destinados à distribuição e R$ 95 milhões, para geração, entre outras áreas da companhia.

Já a projeção de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) é de R$ 2,3 bilhões em 2017, o que significará um crescimento, nos próximos três anos, de 7,9% ao ano. Os motivos para essa projeção são a expansão do mercado, a redução de perdas comerciais, ganhos de eficiência operacional e a migração dos contratos regulados para o mercado livre, com a elevação do preço médio da venda de energia.

Outra previsão é que o mercado cativo (contratado) irá crescer 2,4% ao ano, passando de 20.391 gigawatt/hora (GWh), no ano passado, para 22.446 GWh, em 2017. Para essa projeção, a empresa considera a continuidade do crescimento da economia fluminense, sua área de concessão; a redução de perdas, um dos principais problemas da companhia; e o aquecimento climático, o que motiva o aumento também do consumo de energia.

A projeção para a dívida líquida é que passe de R$ 5,25 bilhões, em 2013, para R$ 6,29 bilhões, em 2017.