Tartaruga de 100 anos se torna "mãe de primeira viagem" mais velha da espécie e renova esperança contra extinção
As pequenas tartarugas também foram as primeiras a nascer no zoológico, que existe há 150 anos; confira
Quatro filhotes da rara tartaruga-de-Santa-Cruz nasceram no zoológico da Filadélfia, nos Estados Unidos (EUA), pela primeira vez em mais 150 anos. Todos os recém-nascidos são fêmeas e representam uma nova esperança para a espécie que vive sob risco crítico de extinção.
Nativa de Galápagos, no Oceano Pacífico, a mãe dos pequenos quelônios tem por volta de 100 anos e se tornou a mãe de primeira viagem mais velha da espécie de que se tem registro. Ela vive no local desde 1932.
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Os mais novos papais, chamados de Mommy e Abrazzo, são os responsáveis por gerarem os mais novos integrantes da espécie, que, agora, soma 48 indivíduos nos EUA, representando um marco na luta contra extinção desses animais.
As informações foram divulgadas pelo Zoológico da Filadélfia, no estado da Pensilvânia, na última quinta-feira, 3. Conheça mais sobre o caso:
Filhotes de tartaruga-de-Santa-Cruz são um marco na preservação da espécie
O primeiro ovo de Mommy a gerar um filhote eclodiu em 27 de fevereiro. Essa é a primeira vez que filhotes de tartaruga-de-Santa-Cruz (Chelonoidis niger donfaustoi) nascem no local em 150 anos de existência do zoológico.
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O monitoramento dos filhotes, porém, começou ainda em novembro de 2024, quando Mommy colocou 16 ovos. A equipe de répteis e anfíbios os desenterrou para incubar oito como machos e oito como fêmeas e segue acompanhando o desenvolvimento com esperança de que outros ovos possam eclodir.
A temperatura na qual os ovos são incubados determina o sexo dos filhotes. Em temperaturas mais quentes, a partir de 29,5°C, ocorre o desenvolvimento de fêmeas da espécie. Sob temperaturas menores, abaixo de 28°C, a tendência é a geração de uma prole de machos.
“Esta é uma conquista monumental para nossa equipe de cuidados com os animais, que trabalhou diligentemente para fornecer as condições certas para a mamãe botar seus ovos e para que os ovos incubassem e eclodissem com sucesso”, diz Lauren Augustine, diretora de Herpetologia e Aves da instituição.
DNA da mãe e filhotes são extremamente valiosos para garantir a preservação da espécie
De acordo com o Zoológico da Filadélfia, "Mommy é considerada uma das tartarugas de Galápagos mais valiosas geneticamente no Plano de Sobrevivência de Espécies (SSP) da Associação de Zoológicos e Aquários (AZA)".

A instituição ainda complementa, dizendo que os quatro filhotes, que estão sob cuidados humanos, têm um grande valor genético para a espécie. Por ainda não terem recebido nomes, as tartaruguinhas são diferenciadas pelos profissionais do zoológico com um pouco de esmalte não tóxico nos cascos.
“Este resultado bem-sucedido vem de anos de trabalho duro estudando o comportamento animal e fornecendo cuidados de alto nível. Até agora, os genes da mamãe não estavam representados na população da AZA, tornando esses descendentes extremamente importantes na proteção desta espécie.”, reforça Lauren Augustine.
Os filhotes podem ganhar novos irmãos em breve
A apresentação dos novos integrantes da família ao público acontecerá no dia 23 de abril, data que coincide com o 93º aniversário da chegada de Mommy ao local. Eles devem residir no zoológico da Filadélfia por ao menos cinco anos.

Por terem nascido há pouco tempo e serem frágeis, os filhotes estão alocados em um habitat seguro na Casa de Répteis e Anfíbios do zoológico. Eles têm sido mantidos separados dos pais, que são grandes a ponto de pesarem até 225 quilogramas.
O Zoológico da Filadélfia informou ainda que é possível que novas tartaruguinhas se juntem à família de Mommy e Abrazzo, visto que ainda há ovos da ninhada que podem eclodir em breve.
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