Dia do Autismo: frases de conscientização, desafios e tudo sobre a data

Dia do Autismo: frases de conscientização, desafios e tudo sobre a data

Celebrado no dia 2 de abril, o Dia Mundial do Autismo é um momento para refletir sobre inclusão, equidade e respeito às singularidades; confira

O Dia Mundial da Conscientização do Autismo, celebrado em 2 de abril (02/04), foi estabelecido pela ONU em 2007 com o objetivo de promover a aceitação e a inclusão de pessoas no Transtorno do Espectro Autista (TEA).

A data reforça a necessidade de compreender melhor o autismo, combater o preconceito e garantir direitos fundamentais, como acesso à educação e à saúde.

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Para a psicóloga clínica Mel Oliveira, que trabalha como terapeuta de crianças com o espectro autista desde 2021, a data tem um papel fundamental na visibilidade e no combate a estereótipos.

“Quando propagamos informações sobre o autismo, principalmente nas redes sociais, conseguimos alcançar pessoas que antes não tinham contato com essa realidade. Isso ajuda a desmistificar estereótipos e incentivar políticas públicas para garantir mais acesso à educação, saúde e trabalho.”

O psicólogo e psicanalista Gustavo Queiroz, formado pela Universidade Federal do Ceará (UFC), também destaca a importância da data para a luta pelos direitos das pessoas autistas.

“Celebrar datas históricas como essa opera menos como comemoração e mais como memória de uma luta. Historicamente, pessoas autistas experienciaram diversos tipos de violências, e ainda hoje vivenciam violências.”

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2 de abril é Dia Mundial do Autismo: o que é o autismo?

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição do neurodesenvolvimento que afeta a comunicação, a interação social e o comportamento.

O espectro é amplo, o que significa que cada pessoa autista pode apresentar diferentes níveis de suporte e características individuais. Algumas podem ter dificuldades na fala e na interação, enquanto outras conseguem desenvolver grande autonomia.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 1 em cada 100 crianças em todo o mundo tem diagnóstico de TEA.

No Brasil, a Lei 12.764/2012 instituiu a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, garantindo direitos e promovendo políticas públicas para inclusão.

No entanto, apesar dos avanços legais, a inclusão ainda enfrenta desafios significativos. “A inclusão escolar e acadêmica de autistas permanece como um grande obstáculo nos dias atuais. Se, por um lado, a medicamentalização busca sanar alguns problemas, acaba por criar muitos outros. Para além de normatizar o autismo, é necessário sustentar a própria diferença”, afirma Queiroz.

CONFIRA: Transtorno do Espectro Autista em tempos de redes sociais

2 de abril é Dia Mundial do Autismo: os desafios enfrentados por pessoas autistas

Mesmo com a maior disseminação de informações sobre o TEA, muitas dificuldades ainda fazem parte da realidade das pessoas autistas. Segundo Mel Oliveira, um dos principais desafios é o diagnóstico tardio.

“O diagnóstico precoce é essencial para evitar dificuldades ainda maiores no desenvolvimento motor, social e educacional. Quanto mais cedo identificamos o transtorno, melhor podemos trabalhar habilidades sociais e aprendizado.”

Outro ponto crítico é o acesso a terapias especializadas. “Infelizmente, as terapias necessárias para pessoas autistas, como fonoaudiologia, terapia ocupacional e musicoterapia, são muito caras. O tratamento não é acessível para a maioria das famílias, o que dificulta o desenvolvimento adequado da criança.”

Além disso, Mel aponta o preconceito e a exclusão social como barreiras ainda existentes no processo da aceitação do autismo na sociedade. “A pessoa não é o autismo, ela é muito além do seu diagnóstico. O autismo é mais uma característica do todo", explica.

2 de abril é Dia Mundial do Autismo: a importância da conscientização

Apesar dos progressos no diagnóstico e no acesso a terapias especializadas, muitas barreiras ainda persistem. O preconceito e a falta de informação dificultam a inclusão, tornando essencial a disseminação do conhecimento sobre o TEA.

Queiroz reforça que o respeito à singularidade de cada indivíduo deve ser o ponto central das discussões sobre o autismo. “É preciso reconhecer as singularidades de cada um, portanto, uma data histórica como essa tem como objetivo celebrar as diferenças e demarcar uma luta histórica.”

Para Mel Oliveira, a educação sobre o autismo deve começar dentro de casa. “O respeito é fundamental. Os pais de crianças neurotípicas precisam ensinar desde cedo a importância de aceitar as diferenças. Isso tornaria o mundo muito mais inclusivo.”

A especialista também ressalta que o combate ao preconceito não depende apenas das famílias, mas também de uma atuação governamental mais eficaz. Portanto, para ela, cobrar políticas públicas que tornem o tratamento mais acessível é fundamental.

Isso porque muitas famílias não conseguem arcar com os custos das terapias, e essa desigualdade precisa ser combatida.

2 de abril é Dia Mundial do Autismo: frases de conscientização sobre o autismo

Para ajudar a disseminar a informação e combater o preconceito, confira algumas frases de conscientização selecionadas pelos profissionais:

  • “Autismo não é uma doença, é um jeito único de ver o mundo.”
  • “Mais informação, menos preconceito. Vamos construir um mundo mais inclusivo!”
  • “Cada pessoa autista tem sua própria luz. Vamos aprender a enxergá-la!”
  • “Não tente nos encaixar em padrões, tente entender nossas singularidades.”
  • “Respeito e inclusão transformam vidas!”
  • “Autistas não precisam de conserto, mas de oportunidades.”
  • “A comunicação nem sempre acontece com palavras, mas nem por isso ela deixa de existir no contato com o outro.”
  • “É preciso ter empatia, sobretudo com os pais.”
  • “Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana seja apenas outra alma humana.” – Jung

Queiroz também faz uma ressalva importante sobre a forma como o autismo é abordado na sociedade. “O autismo não se trata de um mundo à parte, mas parte do mundo. Não deve-se abordar o autismo como doença ou degeneração hereditária, mas em singularidade, de um para um. Um autista não é um portador de deficiência, na verdade, a sociedade que o cerca produziu uma deficiência ao excluí-lo pela diferença.”

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