Rãs fêmeas podem fingir morte para evitar atenção dos machos, diz estudo
A descoberta, publicada em revista científica de acesso aberto, avalia o comportamento da rã-comum quanto ao acasalamento; entenda
Nada de ghosting: quando uma rã-comum (Rana temporaria) quer se livrar dos machos indesejados, o segredo da espécie é “fingir” a própria morte. Os casos estudados foram compartilhados na revista Royal Society Open Science em outubro de 2023.
Para escapar de um acasalamento indesejado, as rãs fêmeas podem utilizar truques e enganar os pretendentes. Um dos comportamentos observados foi descrito como “imobilidade tônica”, ou seja, simular a morte.
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A imobilidade como uma tática foi identificada “em um punhado de espécies e apenas em um outro anfíbio”. Por outro lado, considera o estudo, as observações ainda revelam que “as fêmeas em sapos de reprodução explosiva podem não ser tão passivas e indefesas quanto se pensava anteriormente”.
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Rãs fêmeas fingem morte para evitar machos: entenda o estudo
Para desenvolver as observações, os pesquisadores coletaram sapos comuns machos e fêmeas. Em seguida, mantiveram duas fêmeas de tamanhos diferentes junto com um macho em uma caixa cheia de água, permitindo que se movessem livremente por uma hora. Os resultados foram registrados por uma webcam.
“A imobilidade tônica é definida como o enrijecimento da fêmea — braços e pernas estendidos do corpo — após ser amplexada por um macho”, destaca a produção.
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Além da imobilidade, outros comportamentos identificados foram a “rotação” e as “chamadas de liberação”. No primeiro, a fêmea começa a “girar em torno de seu próprio eixo corporal quando amplexada por um macho”, enquanto ele tenta neutralizar a ação com as patas traseiras.
Nas chamadas de liberação (“release calls”, em inglês), as rãs produzirão um grunhido ou um guincho ao serem amplexadas pelo macho.
“A imobilidade tônica ocorreu em 33% de todas as fêmeas agarradas, mais frequentemente em combinação com rotação e as chamadas”, diz o conteúdo.
A ocorrência dos três comportamentos juntos foi associada significativamente ao menor tamanho do corpo das fêmeas.
Em entrevista à revista Science, David Green, um especialista em ecologia de anfíbios na Universidade McGill que não estava envolvido no novo estudo, apresentou outros pontos a serem considerados sobre a pesquisa.
Um deles é que as observações ocorreram em “condições artificiais de laboratório, o que poderia ‘perturbar’ o comportamento natural dos animais”. Outro é que não estaria claro “quais fatores podem influenciar uma fêmea a escolher um parceiro em vez de outro ou não procriar".
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