Homem com vício em heavy metal é aposentado por invalidez; entenda

Roger Tullgren, viciado em heavy metal, conseguiu aposentadoria por invalidez após a Justiça reconhecer que sua obsessão afetava sua vida e trabalho

20:31 | Out. 17, 2024

Por: Caynã Marques
Homem sueco é diagnosticado com vício em heavy metal (foto: Reprodução/ Freepick)

Roger Tullgren, de 42 anos, levou sua paixão pela música ao extremo quando percebeu que ela não lhe permitia mais trabalhar normalmente. O caso incomum foi aberto em 2015, quando um juiz reconheceu que seu vício em heavy metal estava, de fato, impedindo sua capacidade de trabalhar e viver uma vida normal e, a partir daí, lhe concedeu uma aposentadoria por invalidez.

Natural da Suécia, o homem consultou vários médicos que atestaram que sua obsessão havia realmente se tornado um vício, o que significava que ele não conseguia manter um emprego em tempo integral, relata o site de notícias local, via Global Post.

Não consegue desligar do celular? Cuidado, pode ser nomofobia; ENTENDA

“Estou tentando há 10 anos classificar isso como uma deficiência”, disse Tullgren, que ostenta tatuagens, longos cabelos pretos e revelou que compareceu a quase 300 shows em um único ano.

“Conversei com três psicólogos e eles finalmente concordaram que eu precisava disso para evitar ser discriminado,” comentou. Atualmente, ele tem um emprego de meio período como lavador de pratos em um restaurante em Hässleholm, mas isso será complementado por benefícios por incapacidade.

Pedido de auxílio-doença por heavy metal ganhou força no LinkedIn

A atenção da mídia foi atraída para o caso quando Francisco Trujillo, professor de Direito Trabalhista e Previdência Social na Universidade Jaume I de Castellón e colaborador do site NoticiasTrabajo (site de notícias dedicado à economia), postou informações sobre o caso no LinkedIn.

No post, ele explica como, em 3 de março de 2015, o mundo do heavy metal colidiu com o mundo jurídico, uma colisão que deixaria o homem esperando quase uma década por uma resposta.

Rock in Rio: CONHEÇA as músicas mais tocadas na história do festival

O professor Trujillo descreveu que o sueco teve que se consultar com três psicólogos antes de receber apoio psicológico suficiente para ser levado a sério.

Os tribunais suecos aprovaram o caso e Tullgren recebeu um suplemento de 400 euros, um acordo de subsídio parcial que lhe permite trabalhar meio período como funcionário da cozinha e manter seu vício.

Novo chefe lhe deu liberdade

Seu novo chefe supostamente o deixou vestir o que quisesse para trabalhar e lhe dá tempo livre para ir a shows.

“Assinei um formulário dizendo: ‘Roger se sente compelido a mostrar seu estilo heavy metal. Isso o coloca em uma situação difícil no mercado de trabalho. Portanto, ele precisa de ajuda financeira extra'. Agora posso me apresentar a uma entrevista de emprego vestido com minhas roupas normais e simplesmente entregar este pedaço de papel aos entrevistadores”, comentou Tullgren.