Fóssil de réptil encontrado no RS pode explicar evolução dos dinossauros

Cientistas brasileiros descobriram um fóssil de réptil de 237 milhões de anos, lançando novas luzes sobre a evolução dos dinossauros; veja fotos

22:04 | Out. 14, 2024

Por: Caynã Marques
Gondwanax paraisensis (foto: Matheus Fernandes Gadelha)

Um fóssil, considerado um dos mais antigos já encontrados, pode ajudar a explicar a evolução dos dinossauros. Cientistas no Brasil anunciaram a descoberta de um antigo réptil de cerca de 237 milhões de anos.

O fóssil foi desenterrado em janeiro deste ano pelo médico nefrologista Pedro Lucas Porcela Aurélio, de uma camada rochosa do período Triássico — entre 252 e 201 milhões de anos atrás — e foi chamado de “Gondwanax paraisensis”.

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Gondwanax significa “lorde de Gondwana”, referindo-se às terras da região Sul do supercontinente Pangeia, que existia antes da separação dos continentes. Já paraisensis é uma homenagem à cidade de Paraíso do Sul, no Rio Grande do Sul, local onde foi encontrado.

A espécie de réptil aparentava ter quatro patas, com aproximadamente o tamanho de um cachorro pequeno, uma longa cauda, cerca de um metro de comprimento e pesando entre três e seis quilos, disseram os cientistas em um comunicado na segunda-feira, dia 14.

Fóssil de réptil no Brasil: precursores dos dinossauros?

O fóssil foi uma descoberta inédita, sendo um novo membro dos silesaurídeos, um grupo extinto de répteis. Paleontólogos debatem se essa classe era composta por verdadeiros dinossauros ou por possíveis precursores das criaturas que dominaram a Terra no passado.

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“Compreender as características desses precursores pode lançar luz sobre o que foi crucial para o sucesso evolutivo dos dinossauros”, disse o paleontólogo Rodrigo Temp Müller em um comunicado divulgado na revista científica Science Direct.

Fóssil de réptil: mais um encontrado no Sul do país

O Gondwanax paraisensis não foi a única espécie de dinossauro recém-descoberta no Sul do Brasil. Em 2019, o Vespersaurus paranaensis foi descoberto no Paraná, onde viveu por aproximadamente 30 milhões de anos antes da extinção das grandes espécies de dinossauros.

Na década de 1970, agricultores da região encontraram os primeiros fósseis, que foram guardados pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e só 40 anos depois foram revelados.

O animal era de pequeno porte, com cerca de um metro e meio de altura, bípede e se alimentava de outros pequenos animais.