Vinho de R$ 1.650? Veja os rótulos mais caros do Brasil e do mundo

Chegando a pagar mais de 4 milhões de reais, os amantes da bebida não medem esforços para degustar um bom vinho. Descubra os rótulos mais caros que existem.

13:26 | Jul. 10, 2024

Por: Rafael Santana/ Especial para O POVO
Vinhos são produzidos há mais de oito mil anos. Condições de produção das uvas e da bebida, bem como disponibilidade no mercado influenciam nos preços (foto: Pexels/ Jill Wellington)

Já pensou em ir em um restaurante com um grupo de amigos e pedir dois vinhos e, na hora de pagar a conta, perceber que a bebida custa R$ 1.650 por garrafa? A situação desesperadora  aconteceu com dois casais de amigos que saíram para almoçar no último domingo, 7, em Salvador.

Na hora de pedir a conta, o grupo foi surpreendido pelo valor: R$ 4.512,09. A reação dos amigos ao perceberem o equívoco foi postada no TikTok e viralizou.

O vinho em específico foi o português Pêra-Manca, produzido em Évora, capital de Alentejo, região sul de Portugal. O rótulo é considerado um rei entre os vinhos.

Além dele, existem diversos outros tipos da bebida no mercado com preços elevados; alguns já chegaram a ser leiloados por quase 5 milhões de reais.

Quais os motivos do preço elevado de um vinho?

Os fãs da bebida não medem esforços para possuir um rótulo raro de uma safra especial. Inclusive, é exatamente isso que faz o preço ser tão elevado: a raridade do produto.

O vinho vem sendo consumido desde a antiguidade e tem o início de sua produção datado em meados de 6000 a.C. Mais de oito mil anos depois, é uma das bebidas mais conhecidas e consumidas do mundo. 

Em contraposição aos rótulos comercializados em supermercados por R$ 100 ou menos, há os rótulos que chegam a centenas de milhares de reais por uma única garrafa.

Marcas especiais não são encontradas em uma prateleira qualquer; normalmente, esses rótulos estão sob domínio de personalidades famosas ou até mesmo em leilões de luxo.

 

A raridade de alguns vinhos é o fator principal de preços tão elevados. Existem colheitas que foram feitas em anos difíceis, os quais renderam pouca mercadoria, fazendo com que o preço desses artigos subisse drasticamente.

Além disso, outros fatores podem e contribuem para a elevação de preço da bebida no mercado. Confira quais são:

  • Qualidade excepcional: Muitos desses vinhos são feitos a partir de uvas cultivadas em únicos e ideais, com métodos de vinificação meticulosos que resultam em vinhos de altíssima qualidade.
  • Reputação e Prestígio: A reputação de um produtor ou de uma região vinícola influencia significativamente os preços. Marcas com história e tradição consolidadas tendem a ter vinhos mais valorizados.
  • Demandas de Mercado: A alta demanda entre colecionadores, entusiastas e investidores pode levar a preços inflacionados em leilões e em vendas diretas.
  • Envelhecimento: Alguns vinhos são envelhecidos por longos períodos em condições ideais, o que aumenta sua complexidade e seu valor ao longo do tempo.
  • Marketing e Exclusividade: O marketing eficaz e a exclusividade associada a certos vinhos também contribuem para seus altos preços.

Quais são os cinco vinhos mais caros do mundo?

O valor de um vinho varia de acordo com o fluxo no mercado. Alguns países se destacam nesse ramo como a França, especialmente regiões como Bordeaux e Borgonha, e também a Itália, com vinhos de regiões renomadas como Toscana e Piemonte.

Outros incluem os Estados Unidos, com vinhos da Califórnia (como Napa Valley), e a Espanha, com vinhos de Rioja e Priorat. Os preços recorde de todo o mundo foram registrados em leilões. Confira os cinco vinhos mais caros da história:

Petrus 2000 (França) – R$ 4.853.025

O exemplar de Petrus 2000 se diferencia por ter passado 14 meses no espaço. O rótulo francês pertence a um lote enviado à Estação Espacial Internacional e atualmente se encontra na casa de leilões Christie’s avaliado em 830 mil euros - o equivalente a R$ 4.853.025 na cotação atual.

Domaine de la Romanée-Conti 1945 (França) – R$ 2.818.262

Em 2018, a safra 1945 do Domaine de la Romanée-Conti quebrou os recordes tornando-se o número 1 dentre os vinte mais caros da história.

A bebida francesa atingiu o preço de 482 mil euros  em uma venda organizada pela casa nova-iorquina Sotheby’s, uma das mais famosas e antigas casas de leilões de luxo.

Screaming Eagle 1992 (EUA) – R$ 2.479.135

Uma garrafa Matusalém (como são chamadas as embalegens com seis litros da bebida) de Screaming Eagle 1992 foi arrematada por 424 mil euros em um leilão beneficente. O rótulo de 1992 manteve o primeiro lugar na classificação dos vinhos mais caros da história durante 18 anos.

Champagne Heidsieck & Monopole C° 1907 (França) – R$ 1.309.732

Em 1998, foi descoberto o naufrágio de um navio sueco de 1916, o Jönköping, com 2.400 garrafas de champagne armazenadas em caixas de madeira, intactas e em perfeita conservação. Uma delas foi comprada por 224 mil euros.

Château Cheval Blanc 1947 (França) – R$ 1.309.539

Em 2010, um matusalém do Château Cheval Blanc 1947 foi vendido por 223.967 euros, em Genebra, num evento organizado pela casa de leilões Christie’s.

Vinhos caros: garrafas são vendidas por R$ 62 mil ou mais

Outros vinhos que ganham destaque pelo preço elevado no mercado, sendo comercializados por algumas dezenas de milhares de reais, são:

  • Masseto Toscana (Itália),
  • Egon Müller Scharzhofberger Riesling TBA (Alemanha),
  • Penfolds Grange Hermitage (Austrália),
  • Henri Jayer Vosne-Romanee (França) e
  • Tenuta dell’Ornellaia (Itália).

No Brasil, os vinhos mais caros geralmente são importados e os preços podem variar dependendo do momento e das disponibilidades de mercado. Atualmente, um dos vinhos mais caros no País é o Château Petrus da safra 2020 (França), chegando a ser comercializado por R$ 62 mil. Dependendo da margem aplicada de cada restaurante, o valor pode variar se tornando mais caro.

Outros vinhos que se destacam pelo preço elevado no Brasil são o Cabernet Sauvignon da safra 2002, o Milantino Gran Reserva safra 2005 e o Sesmarias 2018 - todos vendidos por mais de R$ 1 mil a garrafa (750 ml).