Junho é o mês do Orgulho LGBT: o que significam gírias e bandeiras

Cada "letrinha" na sigla representa uma comunidade com seus próprios anseios e reivindicações; bandeiras e gírias refletem o estilo de vida de cada uma
Autor Mateus Mota/ especial para O POVO
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Desfiles coloridos com carros alegóricos e celebridades, festivais de música, protestos, workshops, piqueniques e festas estão entre os principais eventos do Mês do Orgulho LGBTQIA+, comemorado em junho em várias partes do mundo.

O Mês do Orgulho comemora anos de luta pelos direitos civis e a busca contínua por justiça igualitária perante a lei para as comunidades lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e queer, bem como as conquistas individuais de cada membro.

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Para pessoas que não são membros da comunidade, a variedade de cores nas bandeiras e as gírias usadas em espaços LGBTQIA+ podem parecer incompreensíveis. Entenda o significado por trás das bandeiras do orgulho e de expressões comuns da comunidade queer.

Bandeiras do orgulho: muito além do arco-íris

Foi em 1978 quando o artista Gilbert Baker, um homem assumidamente gay e drag queen, desenhou a primeira bandeira do arco-íris. Baker disse que foi inspirado por Harvey Milk, o primeiro homem abertamente homossexual a ser eleito para um cargo público nos EUA, a criar um símbolo de orgulho para a comunidade gay.

Gilbert decidiu fazer desse símbolo uma bandeira porque via as bandeiras como o símbolo mais poderoso de orgulho. Como ele disse mais tarde numa entrevista: “O nosso trabalho como gays era nos assumir, sermos visíveis, viver nossa verdade, ou como eu digo, sair da mentira. Uma bandeira realmente se encaixa nessa missão, porque é uma forma de proclamar sua visibilidade ou dizer: 'Este é quem eu sou!'”

Baker viu o arco-íris como uma bandeira natural do céu, então adotou oito cores para as listras, cada cor com significado próprio.

  • Rosa choque simboliza sexo
  • Vermelho é igual à vida
  • Laranja simboliza cura
  • Amarelo significa luz solar
  • Verde representa natureza
  • Turquesa é igual à magia e arte
  • Índigo significa serenidade
  • Violeta representa o espírito das pessoas LGBTQIA+

Bandeira do Orgulho de 6 Cores

A Bandeira do Orgulho de 6 Cores é uma das mais conhecidas e utilizadas ao longo da história. Ela apresenta as cores vermelho, laranja, amarelo, verde, índigo e violeta.

O rosa choque não foi incluído na confecção dessas bandeiras, pois o tecido era difícil de encontrar. À medida que a demanda pela bandeira começou a aumentar após o assassinato de Harvey Milk, em 27 de novembro de 1978, a bandeira foi modificada novamente.

Visando decorar os postes de iluminação ao longo do percurso da Parada do Orgulho do ano seguinte com centenas de faixas de arco-íris, Gilbert Baker decidiu decompor a bandeira com um número par de listras, retirando a faixa turquesa. 

Bandeira Transgênero

A Bandeira Transgênero foi criada pela primeira vez em 1999 por Monica Helms, uma mulher transexual. O azul-claro e o rosa são destaque porque são as cores tradicionais associadas aos meninos e meninas, respectivamente.

O branco representa quem é intersexo, está em transição ou não se sente identificado com nenhum gênero. As pessoas transexuais têm uma identidade ou expressão de gênero diferente do sexo que lhes foi atribuído no nascimento.

Bandeira Bissexual

A Bandeira do Orgulho Bissexual foi criada em 1998 por Michael Page. Sua ideia para a bandeira representa a mistura de rosa e azul para formar o roxo. A maneira como as pessoas bissexuais podem se misturar à comunidade heterossexual e à comunidade gay.

As cores da bandeira também representam atração por diferentes gêneros. O rosa simboliza a atração pelo mesmo gênero, enquanto o azul representa a atração por um gênero diferente. O roxo representa atração por dois ou mais gêneros, a definição de bissexualidade.

Bandeira não binária

Em 2014, Kye Rowan criou a Bandeira do Orgulho Não Binária para representar pessoas cuja identidade de gênero não se enquadra no tradicional binário masculino/feminino.

As cores da bandeira não binária são amarelo, branco, roxo e preto. Cada uma das cores simboliza um subgrupo diferente de pessoas que se identificam como não binárias.

Amarelo significa algo por si só ou pessoas que se identificam fora do binário cisgênero de homem ou mulher. Uma pessoa cisgênero seria aquela cuja identidade de gênero corresponde ao sexo atribuído no nascimento.

O branco, uma cor que consiste na mistura de todas as cores, representa pessoas de vários gêneros. Roxo, assim como a cor lilás da bandeira gênero queer, representa pessoas que se identificam como uma mistura dos gêneros masculino e feminino. Finalmente, preto (ausência de cor) representa os agêneros - aqueles sentem que não têm um gênero.

Algumas pessoas não binárias/genderqueer usam pronomes de gênero neutro. O uso do singular “elu”, “delu” é o mais comum.

Bandeira Pansexual

A Bandeira Pansexual foi criada em 2010. A pansexualidade representa aquelas pessoas que se sentem atraídas por uma pessoa sem pensar em gênero.

As pessoas pansexuais podem referir-se a si mesmas como cegas em termos de gênero, afirmando que o gênero e o sexo não são fatores determinantes na sua atração romântica ou sexual por outros.

Isto significa que podem sentir atração por aqueles que se identificam como mulheres, homens, ambos ou nenhum.

O rosa na bandeira representa a atração pelas mulheres, o azul representa a atração pelos homens e o amarelo representa a atração por aqueles que não se identificam com nenhum dos gêneros.

A pansexualidade pode ser considerada uma orientação sexual ou um ramo da bissexualidade, para indicar uma identidade sexual alternativa.

Como as pessoas pansexuais estão abertas a relacionamentos com pessoas que não se identificam estritamente como homens ou mulheres, e a pansexualidade, portanto, rejeita o binário de gênero, é frequentemente considerado um termo mais inclusivo do que bissexual.

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Gírias usadas pela comunidade LGBTQIA+

As "gírias gays" (também conhecidas no Brasil como pajubá) surgiram da necessidade de se comunicar em público em um período em que a homossexualidade era fortemente reprimida e perseguida. Elas nasceram e se popularizaram dentro da comunidade LGBTQIA+ no desenvolvimento das lutas pelos seus direitos.

Atualmente, tendo a cessão, pelo menos em comparação com décadas anteriores, da criminalização e perseguição LGBT+, uma parte dessas gírias caíram em desuso, mas diariamente novas expressões surgem e se popularizam na comunidade. Veja abaixo um glossário de algumas dessas gírias:

  • Aqué: Dinheiro;
  • Aquenda: Pode significar prender algo, esconder a genitália
  • Alice: Pessoa sonhadora, que está sempre sonhando acordada; ingênua;
  • Avisa: Expressão usada para concordar com uma declaração ou opinião;
  • Babadeira: Pessoa com atitude, estilo, presença;
  • Babado: Fofoca;
  • Barbie: Homem gay musculoso;
  • Biscoiteira: Pessoa que está sempre buscando atenção;
  • Cacura: Pessoa mais velha;
  • Caminhoneira: Lésbica fora dos padrões sociais de feminilidade;
  • Close: Elogio para quem está bem-vestido/produzido; situação que merece celebração; 
  • Colocada: Pessoa que está alterada, sob efeito de alguma substância;
  • Daddy: Diz-se de homem mais velho, geralmente financeiramente estável e de boa aparência;
  • Dar o truque: Enganar;
  • Destruidora: Pessoa que está bem vestida, ou com a razão em uma situação específica 
  • Fecho: O ato de dar opiniões bem fundamentadas frente a uma discussão ou situação polêmica; contradizer alguém deixando a pessoa sem palavras
  • Jurou: Expressão usada para desacreditar alguém, indicar que ela está mentindo ou exagerando;
  • Maricona: O mesmo que cacura, porém mais direcionado a homens gays;
  • Mona: Mulher, no geral ou homem gay;
  • Rasteirinha: Diz-se da mulher lésbica que não é masculinizada; oposto da "caminhoneira"
  • Tá passada?: Expressão usada para reafirmar ou responder a um elogio;

Confira mais gírias no vídeo abaixo:

Direitos das pessoas LGBTQIA+: ENTENDA quais são e como acessá-los 

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