Leilão de manuscrito original da saga Sherlock Holmes estima arrecadar mais de R$ 6,2 milhões
O item foi escrito por Conan Doyle entre 1889 e 1890, sendo um artefato literário que tem mais de um século de existênciaO manuscrito original do livro “O Signo dos Quatro”, o segundo romance da mundialmente famosa saga do detetive Sherlock Holmes, será leiloado em junho deste ano. A estimativa de arrecadação com a peça autografada é de mais de US$ 1,2 milhão, montante equivalente a cerca de R$ 6,2 milhões.
O valor do item, de acordo com a Sotheby’s New York, empresa de arte especializada em leilões de itens raros e responsável pelo leilão do manuscrito, justifica-se pelo significado e status únicos que a peça tem. O livro será o artefato mais valioso de Árthur Conan Doyle, autor da obra, a ir a leilão.
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A peça em questão data de mais de 130 anos atrás e será leiloada ao vivo em Nova Iorque no dia 26 de junho deste ano. Junto ao manuscrito, também irão a leilão as cartas redigidas por Doyle, nas quais ele rememora o jantar que deu origem à criação da história do livro, considerado um marco para a trajetória de Sherlock Holmes.
O manuscrito fazia parte da enorme e refinada coleção de livros raros de Rodney Swantko, especialista em cirurgia oral e maxilofacial que morreu em 2022. Ele era colecionador e um benfeitor das Biblioteca Lilly, da Universidade de Indiana, e da Biblioteca Newberry, em Chicago.
Ao longo de sua vida acumulou uma série de obras raríssimas, originais e autografadas dos autores mais célebres e mais lidos dos séculos XIX e XX: de Frank Baum a Walt Whitman, de Sir Arthur Conan Doyle a F. Scott Fitzgerald, e de Edgar Allan Poe a Vladimir Nabokov.
O jantar que deu origem a “O Signo dos Quatro”
Árthur Conan Doyle e Oscar Wilde Escritor irlandês autor de “O Retrato de Dorian Gray”, considerado uma das mais importantes obras literárias da Inglaterra. Wilde escreveu novelas, poesias, contos infantis e dramas. Era também um criador de frases irônicas e sarcásticas. , em uma noite de verão de 1889, marcavam presença no Langham Hotel em Londres, na Inglaterra, para um jantar com Joseph Marshall Stoddart, empresário americano e editor da Lippincott’s Monthly Magazine Revista mensal de literatura e ciência publicada na Filadélfia, nos Estados Unidos, ao final do século XIX e início do século XX. No início, ela começou a ser publicada em 1868 como "Revista Lippincott de Literatura, Ciência e Educação". entre 1886 e 1894.
Ao deixar o estabelecimento, Wilde fez uma promessa de que escreveria “O Retrato de Dorian Gray”, um romance que narra a história de um homem que, indiretamente, acaba selando um pacto para permanecer com a aparência jovem para sempre.
Com o objetivo de capitalizar a popularidade do primeiro romance de Sherlock Holmes (“Um Estudo em Vermelho”, 1888), Stoddart encomendou a criação de “O Signo dos Quatro” por Doyle.
O Signo dos Quatro e o sucesso de Sherlock Holmes
Doyle, nesse momento, também se comprometeu a escrever “O Signo dos Quatro”, que apresenta uma trama de investigação que envolve casos complexos, sendo essa uma das histórias mais famosas do autor.
Publicada em 1890 na revista Lippincott, a obra do autor alcançou novamente o sucesso entre os leitores, que se encantaram com as novas aventuras de Holmes e seu companheiro de casos Watson.
O original, que já tem 134 anos de existência, está notavelmente limpo. As únicas alterações presentes no manuscrito são edições de Stoddart para fazer a americanização das grafias e algumas rasuras feitas pelo próprio Doyle enquanto realizava ajustes na obra.