Leilão de manuscrito original da saga Sherlock Holmes estima arrecadar mais de R$ 6,2 milhões

O item foi escrito por Conan Doyle entre 1889 e 1890, sendo um artefato literário que tem mais de um século de existência

17:43 | Abr. 19, 2024

Por: Levi Macêdo/Especial para O POVO
O manuscrito original da obra "O Signo dos Quatro", de Conan Doyle, pode valer mais de R$6,2 milhões (foto: Divulgação/Sotheby's)

O manuscrito original do livro “O Signo dos Quatro”, o segundo romance da mundialmente famosa saga do detetive Sherlock Holmes, será leiloado em junho deste ano. A estimativa de arrecadação com a peça autografada é de mais de US$ 1,2 milhão, montante equivalente a cerca de R$ 6,2 milhões

O valor do item, de acordo com a Sotheby’s New York, empresa de arte especializada em leilões de itens raros e responsável pelo leilão do manuscrito, justifica-se pelo significado e status únicos que a peça tem. O livro será o artefato mais valioso de Árthur Conan Doyle, autor da obra, a ir a leilão.

A peça em questão data de mais de 130 anos atrás e será leiloada ao vivo em Nova Iorque no dia 26 de junho deste ano. Junto ao manuscrito, também irão a leilão as cartas redigidas por Doyle, nas quais ele rememora o jantar que deu origem à criação da história do livro, considerado um marco para a trajetória de Sherlock Holmes.

O manuscrito fazia parte da enorme e refinada coleção de livros raros de Rodney Swantko, especialista em cirurgia oral e maxilofacial que morreu em 2022. Ele era colecionador e um benfeitor das Biblioteca Lilly, da Universidade de Indiana, e da Biblioteca Newberry, em Chicago.

Ao longo de sua vida acumulou uma série de obras raríssimas, originais e autografadas dos autores mais célebres e mais lidos dos séculos XIX e XX: de Frank Baum a Walt Whitman, de Sir Arthur Conan Doyle a F. Scott Fitzgerald, e de Edgar Allan Poe a Vladimir Nabokov.

O jantar que deu origem a “O Signo dos Quatro”

Árthur Conan Doyle e , em uma noite de verão de 1889, marcavam presença no Langham Hotel em Londres, na Inglaterra, para um jantar com Joseph Marshall Stoddart, empresário americano e editor da  entre 1886 e 1894.

Ao deixar o estabelecimento, Wilde fez uma promessa de que escreveria “O Retrato de Dorian Gray”, um romance que narra a história de um homem que, indiretamente, acaba selando um pacto para permanecer com a aparência jovem para sempre.

Com o objetivo de capitalizar a popularidade do primeiro romance de Sherlock Holmes (“Um Estudo em Vermelho”, 1888), Stoddart encomendou a criação de “O Signo dos Quatro” por Doyle.

O Signo dos Quatro e o sucesso de Sherlock Holmes

Doyle, nesse momento, também se comprometeu a escrever “O Signo dos Quatro”, que apresenta uma trama de investigação que envolve casos complexos, sendo essa uma das histórias mais famosas do autor.

Publicada em 1890 na revista Lippincott, a obra do autor alcançou novamente o sucesso entre os leitores, que se encantaram com as novas aventuras de Holmes e seu companheiro de casos Watson.

O original, que já tem 134 anos de existência, está notavelmente limpo. As únicas alterações presentes no manuscrito são edições de Stoddart para fazer a americanização das grafias e algumas rasuras feitas pelo próprio Doyle enquanto realizava ajustes na obra.