Estudo sobre poliglotas indica como funciona o processo no cérebro

Uma nova pesquisa utilizou ressonância magnética para monitorar a atividade cerebral de um grupo de poliglotas para entender o processo cerebral, veja

Os poliglotas são aquelas pessoas que sabem várias línguas, além de sua nativa. Vários estudos foram feitos ao longo dos anos com esse grupo para entender como funciona o processamento da linguagem no cérebro.

Uma nova pesquisa foi feita com um grupo de 34 poliglotas, 20 homens e 14 mulheres, entre 19 e 71 anos e que falavam entre cinco e 54 idiomas.

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Eles foram submetidos à ressonância magnética para monitorar a atividade cerebral deles enquanto eles escutavam várias línguas, incluindo as que eles falavam.

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Estudo sobre poliglotas: observações da pesquisa

Quando os poliglotas escutavam as línguas que tinham mais proficiência, foi observado que a atividade se ampliou nas áreas do córtex cerebral que estão relacionadas com o campo de processamento de linguagem do cérebro, se comparadas com a escuta de idiomas que não sabiam falar.

"Acreditamos que isso ocorre porque quando você processa um idioma que conhece bem, pode acionar todo o conjunto de operações linguísticas, as operações que o sistema linguístico do seu cérebro suporta", explicou a neurocientista Evelina Fedorenko, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, membro do McGovern Institute for Brain Research do MIT e autora sênior do estudo publicado nesta segunda-feira, 11, na revista Cerebral Cortex.

"Você pode acessar todos os significados de palavras da memória, construir frases e orações a partir de palavras individuais e acessar significados complexos em nível de frase", disse Fedorenko.

Outro ponto que chamou a atenção dos estudiosos foi no momento que alguns participantes da pesquisa apresentavam uma menor atividade cerebral quando escutavam sua língua nativa em relação às outras línguas que conheciam, cerca de 25%.

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A neurocientista e coautora do estudo Olessia Jouravlev, da Universidade de Carleton, no Canadá, afirmou que os poliglotas tornam-se especialistas em seu idioma nativo do ponto de vista da eficiência dos processos neurais necessários para processá-lo.

Portanto, a rede de idiomas no cérebro não é ativada da mesma forma em que ocorre quando eles processam o idioma nativo versus o não nativo.

Fedorenko também declarou que a rede de linguagem sustenta a compreensão e a produção em todas as modalidades de linguagem, falada, escrita, simbólica, e ajuda os humanos a codificar nossos pensamentos em sequências de palavras e a decodificar os pensamentos dos outros a partir de suas declarações.

"Quanto mais significado você puder extrair do input linguístico que está recebendo, maior será a resposta nas regiões linguísticas - exceto no idioma nativo, provavelmente porque o falante é mais eficiente na extração de significado do input linguístico", disse Malik-Moraleda.

"Mas também podemos aprender muito sobre a infraestrutura cognitiva e neural de alguma função observando os indivíduos que são 'especialistas' nessa função. Os poliglotas são um tipo de 'especialistas' em linguagem", afirmou.

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