Tempo de chuva: quais cuidados ter com pets?

Quando a chuva começa a chegar, nem todos os membros da casa se animam. Se, por um lado, os pingos podem oferecer uma sensação de refrescância, para alguns pets o barulho de trovões e a soma do período chuvoso são um momento de desconforto a ser superado.

Para os tutores, a chegada da quadra chuvosa é sinônimo de evitar passeios no chão molhado com seu pet e a criação de medidas que amenizem o medo da chuva, como dispor de brinquedos para distração e o preparo de um espaço coberto.

Mas quais são as principais medidas a serem tomadas na hora de proteger os pets da chuva?

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Tempo de chuva: saúde do pet

“Com o início da estação chuvosa, aumentam os casos de doenças virais, principalmente em filhotes. Então, costumo atender mais cãezinhos com parvovirose e cinomose, e gatinhos com rinotraqueíte nesses períodos”, começa a médica veterinária Jéssica Castelo Branco, colunista do OP+, sobre a incidência de casos no período chuvoso.

Além disso, outras doenças infecciosas, como a leptospirose, transmitida predominantemente pela urina dos ratos, podem apresentar aumento durante a quadra chuvosa.

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“Nos períodos mais úmidos e quentes também aumenta a proliferação de carrapatos e mosquitos que podem transmitir doenças, como a erliquiose e o calazar”, relata Castelo Branco. “Doenças de pele também podem aparecer com maior intensidade no período chuvoso, uma vez que a umidade favorece a proliferação, por exemplo, de fungos”.

O mosquito Aedes aegypti, relacionado às arboviroses, também é considerado vetor da Dirofilaria immitis (verme do coração), embora não seja seu principal transmissor.

A dirofilariose, explica o médico veterinário Arão Martins, pode acometer principalmente cães, com menor proporção em gatos, além de seres humanos. “Portanto, é considerada uma zoonose”, completa.

Tempo de chuva: e os tutores de aves?

De acordo com a médica veterinária Cecília Casemiro, especialista em medicina de animais silvestres, as aves precisam de aquecimento durante o período de chuvoso para conseguir manter a sua temperatura corporal. "Caso contrário, elas precisarão gastar energia para mantê-las aquecidas", diz.

Esse esforço pode contribuir para doenças relacionadas à baixa imunidade, que aparecem recorrentemente nos atendimentos de Casemiro, como a pneumonia, "causando desconforto respiratório".

"Outros problemas de saúde que aves podem apresentar são irritações nas vias respiratórias, como a sinusite, e doenças que acometem as penas e as peles, como fungos e ácaros", completa.

Tempo de chuva: proteção do pet

A veterinária Jéssica Castelo Branco destaca a leptospirose como uma das principais doenças transmitidas por água contaminada. Nesse caso, a prevenção é uma: a vacinação dos pets.

“A vacina polivalente não apenas protege o cão da leptospirose como também das doenças virais que tendem a aumentar durante esse período, como a parvovirose e a cinomose. Para gatos, a vacinação polivalente também protege contra o vírus da ‘gripe felina’”, recomenda a profissional.

Uma possível predileção dos cães, as poças d’água, também devem ser evitadas. Afinal, a água parada pode se transformar em um espaço favorável à presença de sujeira e de microrganismos causadores de enfermidades.

“Ao sair de casa com o cachorro, evite que ele ingira água de bebedouros comunitários”, acrescenta o veterinário Arão Martins.

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Tempo de chuva: quais os produtos recomendados?

Os pets também podem utilizar repelentes para evitar a chegada indesejada de mosquitos, como o Aedes aegypti. A dica de Arão Martins é o “Spray Repelente Repel Pet”, capaz de durar cerca de 10 horas na pele do animal.

O “Citospray Pet”, à base de citronela, é indicado somente para os cães, mas não deve ser aplicado na parte da cabeça do animal.

O “Shampoo Natural Pet Neem” e o “Spray Natural Pet Neem” utilizam o óleo de Neem, relatado por sua capacidade de evitar o desenvolvimento dos insetos, causando a morte da larva ou da pupa (ação anti-pulgas).

Tempo de chuva: qual a melhor maneira de secar o pelo?

Para Castelo Branco, o ideal é escolher um secador na hora de enxugar o seu amigo de quatro patas. O objeto “permite uma secagem rápida e até em regiões mais escondidas, como o espaço entre os dígitos”.

“Nunca se deve usá-lo (o secador) em temperaturas demasiadamente quentes nem muito próximo ao pelo. Tem que tomar cuidado também para não direcionar o sopro para os olhos”, detalha a veterinária sobre as instruções de uso.

Se o barulho do secador é um fator de estresse para o pet, vale ainda utilizar uma toalha limpa para a secagem do pelo.