Dia da saudade: como lidar com o sentimento?

A saudade, é como um sentimento misto que se divide entre a nostalgia e um vazio melancólico. Confira como lidar com ela

O dia da saudade é lembrado nesta terça-feira, 30. Esse sentimento pode surgir de diversas situações, como a ausência de pessoas queridas, a nostalgia por momentos passados, a perda de lugares ou a separação física de algo que é amado.

A palavra saudade vem do latim solitas (solidão) ou de solus (só, solitário). Segundo a psicóloga Júlia Mamede, a saudade é definida como uma emoção muito complexa, estando associada normalmente a ausência de algo ou de alguém.

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 “É algo que a gente pode perceber, é uma mistura de emoções dentro desse sentimento de tristeza, melancolia ou uma necessidade de reviver algo, de se reconectar com algo que foi perdido. Então, a saudade muitas vezes inclui também outras emoções”, afirma a psicóloga.

Como lidar com a saudade?

Júlia Mamede conta que é muito importante a existência de uma rede de apoio, para conseguir ser transparente e externar os sentimentos para o outro.

Relembrar dos momentos felizes que vivemos com a pessoa é também uma forma de amenizar o sentimento de saudade.

O tempo é uma das curas mais eficazes. É importante ser paciente com os sentimentos. O tempo que perdurar será necessário para aceitar a saudade e lidar melhor com ela.

Exercícios físicos, concentrar-se em um novo passatempo e sessões de terapia podem auxiliar a não se concentrar apenas na ausência da pessoa e liberar esses sentimentos.

“A saudade tem estágios”

Lindembergue Fernandes, estilista, perdeu sua mãe há mais de 10 anos. Ele conta que dona Hilda Batista era uma pessoa “rústica em relação aos sentimentos” e que o afeto passou a ser demonstrado quando ela estava deixando a família.

“Depois ficou o pensamento ‘por que não fiz isso? por que não fiz aquilo?’. E isso influencia a minha relação com as pessoas até hoje”, reflete.

Para ele, a saudade tem estágios: quando passou pela perda, a dor era imensurável, mas hoje ela se manifesta de forma mais tranquila. “É como se o tempo curasse”, afirma.

Lindembergue conta que a família lida com a saudade relembrando momentos quando estão juntos. “Quando a minha irmã ia aos domingos lá em casa com as crianças, a mamãe abrindo o portão sempre comentava: ‘Chegou você com esses meninos traquinos para tirar o sossego da gente!’’’, lembra de uma das ocasiões felizes.

De acordo com a psicóloga, a saudade “é importante e necessária para vermos o que estamos e como estamos construindo nossos laços afetivos”. “Assim, a saudade nos traz de volta para nós mesmos. Nos lembrando daquilo que foi e é importante para nós”, aponta.

Existe “saudade ruim”?

Júlia Mamede explica que sim, a saudade pode trazer malefícios. “A saudade, se não for bem elaborada, pode, sim, afetar os comportamentos e a vida das pessoas. Esse comportamento pode afetar de várias maneiras as emoções”, diz.

“Se essa saudade for muito prolongada, muito intensa, de uma forma que eu não sei lidar, não consigo conviver com ela, ela pode trazer um impacto na saúde mental, uma ansiedade, uma depressão, algum outro transtorno emocional e psicológico. É algo que a gente tem que ter muito cuidado”, completa.

Ela diz que é preciso reconhecer a emoção, se apropriar dele para poder, então, criar ferramentas para lidar melhor, de maneira funcional e positiva.

“Cada pessoa reage de uma forma diferente diante das situações; me apropriando desse sentimento, vou criar melhores ferramentas para lidar com essa emoção”, afirma.

 

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