Conheça a história do Dia em Memória das Vítimas do Holocausto

A data é lembrada neste sábado, 27, em homenagem à libertação do campo de concentração de Auschwitz. Conheça a história do Dia em Memória das Vítimas do Holocausto

Neste sábado, 27 de janeiro, é marcado como o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, criado para lembrar as pessoas assassinadas pelo regime nazista na Segunda Guerra Mundial.

O Holocausto resultou na morte de mais de 6 milhões de judeus. O genocídio foi uma drástica medida adotada pelo governo nazista, que pretendia acabar com todos os grupos étnicos não pertencentes a raça ariana.

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Para comentar a importância da efeméride, O POVO entrou em contato com Gleudson Passos, professor do departamento de História da Universidade Estadual do Ceará (Uece).

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Conheça a história do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto.

O que é o dia Internacional em memória das Vítimas do Holocausto?

A data foi criada na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas em 1º de novembro de 2005.

Então, há 14 anos, cerimônias marcam diversos países do mundo, que compartilham “a responsabilidade coletiva de lidar com o trauma residual ao manter políticas eficazes para lembrança dos acontecimentos”, segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Esse dia também marca a libertação do maior campo de concentração da Europa: Auschwitz-Birkenau, localizado na Polônia.

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Memória das vítimas do Holocausto: Por quê foi criada a data?

Dentre os motivos que levaram à criação estão dois: servir como uma data anual de homenagem às vítimas do regime nazista e promover a educação sobre o Holocausto em todo o mundo.

“A data mostrou para a humanidade que isso é possível acontecer. Então, foi pensado este dia para termos consciência de que o ser humano pode atravessar a fronteira da irracionalidade e promover a autodestruição”, contextualiza Gleudson Passos.

Ele também lembra que, na mesma época, ocorreu a explosão das bombas atômicas nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagazaki.

Assim, as potências vencedoras da Segunda Guerra Mundial também promoveram uma espécie de holocausto, já que essas tragédias mataram mais de 120 mil pessoas imediatamente, além dos que morreram de sequelas nos anos seguintes. Os lançamentos das bombas também foram responsáveis pela destruição material quase completa das duas cidades.

Fortaleza também teve seu holocausto

Como um processo histórico, o Holocausto, que vitimou judeus, pessoas com deficiências e outras minorias sociais, teve impactos em outras partes do mundo.

A cidade de Fortaleza teve seu próprio holocausto, explica Gleudson. Segundo ele, na área situada entre as ruas Meton de Alencar e Major Facundo, no centro da cidade, estava localizado um dos “currais do governo”, que abrigou os retirantes do interior que não podiam entrar na capital.

O local chegou a abrigar 20 mil pessoas, em condições precárias, que sofriam com o calor, fome e a varíola. Um dia, mil pessoas morreram da doença e foram enterradas em valas anônimas. A situação se repetiu em outras cidades do Estado

Conflito entre Israel e Palestina também é consequência do Holocausto

Desde o dia 7 de outubro de 2023, Israel declarou guerra contra o grupo terrorista palestino Hamas. As questões da região, relacionadas com a criação do Estado de Israel, também faz parte dos eventos que foram impactados pelo Holocausto.

O sionismo, movimento de criação do Estado judeu, surgiu na Europa, e se concretizou em 1948, por meio de uma proposta da ONU. No entanto, a medida não atenta para os outros povos que viviam na região da Galileia, como os palestinos.

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Países têm suas próprias datas em memória das vítimas do Holocausto

Além da Europa, muitos países fixaram datas para relembrar as vítimas do holocausto. O Brasil utiliza a data de 27 de janeiro para as homenagens, que são diferentes em outros locais. 

Em 1979, o congresso dos Estados Unidos estabeleceu o “Dia de Lembrança”, que acontece entre o mês de abril e o início de maio, para celebrar as vítimas do regime nazista.

Na Argentina, a data ocorre no dia 19 de abril, o “Dia Nacional da Diversidade Cultural”, que foi escolhido em homenagem à Revolta do Gueto de Varsóvia, em 1943.

Além da lembrança sobre um período sombrio da humanidade, as datas criadas em diferentes países têm relação com as comunidades judaicas que vivem neles.

“A comunidade judaica é muito forte no Brasil e nos Estados Unidos. Então esses países tratam de trazer essa lembrança. A Comunidade Judaica se une para dizer ‘olha, tentaram nos eliminar’”, explica o professor.

Retorno de gestos nazistas na Europa merecem atenção

Há uma semana, a justiça italiana decidiu permitir a saudação nazista em comícios. O gesto, no entanto, ainda está proibido caso ameace a ordem social ou tenha risco de reviver o partido fascista ilegal do país.

Mas as comunidades judaicas e partidos de oposição da Itália planejam se mobilizar contra a medida.

“Uma atitude dessa precisa ser vista com muita atenção, precisa ser repudiada pela ONU e pelas instituições internacionais. É uma prática que trabalha política através do ódio…”, afirma Passos.

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