Ano mais quente da história foi em 2023, confirma observatório europeu

Relatório da Copernicus mostra que temperatura global está perto do limite de 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais; entenda

16:50 | Jan. 11, 2024

Por: Évila Silveira
Anomalia da temperatura do ar à superfície para 2023 relativamente à média do período de referência 1991-2020 (foto: Reprodução/C3S/ECMWF)

O Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus, da União Europeia, divulgou nessa terça-feira, 9, um relatório que confirma que o ano de 2023 foi o mais quente já registrado no planeta.

O relatório destaca um aumento significativo da temperatura, com a quebra de vários recordes diários e mensais. Até então, 2016 havia sido registrado como o ano mais quente por conta do efeito El Niño.

As anomalias de temperatura extremamente elevadas nos oceanos foram vinculadas a ondas de calor marinho global e contínuas emissões de gases de efeito de estufa.

Em 2023, a temperatura média da Terra registrou um aumento de 1,48ºC em relação ao período pré-industrial, que compreende os anos de 1850 a 1900.

Este valor se aproxima perigosamente do limite de 1,5ºC estabelecido por cientistas como um "limite seguro" para evitar as consequências mais graves das mudanças climáticas. 

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2023, o ano mais quente da história: veja mais dados destacados no relatório

  • Cada mês de junho a dezembro de 2023 foi mais quente do que o mês correspondente em qualquer ano anterior
  • A extensão do gelo marinho do Ártico no seu pico anual em março foi classificada entre as quatro mais baixas para a época do ano no registro
  • As emissões globais estimadas de carbono dos incêndios florestais em 2023 aumentaram 30% em relação a 2022
  • Todos os meses entre junho a dezembro de 2023 foram mais quentes do que o mês correspondente em qualquer ano anterior
  • Julho e agosto de 2023 foram os dois meses mais quentes já registrados

Após ano mais quente, veja previsão do clima para 2024

O órgão antecipa que é altamente provável que o período de 12 meses encerrado em janeiro ou fevereiro deste ano ultrapasse efetivamente os 1,5°C acima do nível pré-industrial.