Vida de Papai Noel: um ‘Babbo Natale’ aos jovens e poliglotas
Na terceira reportagem do especial do O POVO, o bom velhinho tem ascendência italiana e chama atenção dos universitários em shopping no bairro BenficaÉ ao lado de uma loja de brinquedos e cercados pela decoração externa em dourado, vermelho e verde, que esperamos a chegada do nosso Papai Noel. Enquanto o bom velhinho não reclama seu espaço, jovens e idosas se alternam no sofá carmesim, tirando fotos.
“Ele sai conversando com todo mundo (no intervalo)”, explica a promotora do projeto Árvore do Bem, Bárbara Cristina, 27. Como uma verdadeira assistente de Papai Noel (e perfeitamente vestida para a ocasião), Bárbara está posicionada entre duas árvores de Natal decoradas por desejos de crianças, que devem ser realizados pelos transeuntes do shopping no bairro Benfica, em Fortaleza.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
Em um adereço de papel, demanda-se uma boneca, com indicação da marca preferida; outro quer patins e adiciona o número para o par. Após observar as demandas infantis, somos avisados sobre a figura em vermelho que se aproxima.
Vida de Papai Noel: lá vem o bom velhinho…
Um ventilador pequeno refresca Roberto Albano Coelho, 59, ao se posicionar para contar a sua história no sofá vermelho. Como um famoso que retorna à porta de seu hotel, ele já encontra três jovens em uniforme escolar, pedindo uma foto com o Papai Noel (valeu até selfie!).
A sua jornada para se tornar o bom velhinho com a barba branca começou ainda na adolescência, ao redor dos 18 anos. “Eu ia nos shoppings, via os Papais Noéis, e dizia: ‘Meu Deus, um dia quero ser Papai Noel’. Eu tinha aquela ânsia, aquele desejo”, relata.
O sonho virou realidade graças ao primo, responsável por uma agência de eventos. “Ele disse: ‘uma vez você me falou, num encontro que tivemos, que era louco para ser Papai Noel. Pois quero que você seja Papai Noel’”.
"‘Eu quero que você seja Papai Noel’. Quando ele me disse isso, eu me arrepiei da cabeça aos pés
"
Roberto Albano Coelho, 59
Se a barba do jovem Papai Noel não era verdadeira durante os seus primeiros anos, agora Roberto ostenta fios brancos como os da figura emblemática e não esconde a admiração pelo símbolo natalino, relatando suas origens históricas — “o primeiro Papai Noel que existiu no mundo chama-se São Nicolau”.
“Adoro estudo, adoro História. Adoro desbravar coisas que você ainda não conhece”, comenta para O POVO.
Papai Noel: CONFIRA origem e curiosidades sobre a figura natalina
Vida de Papai Noel: querido pelos universitários
O interesse pelo lado acadêmico de Roberto Albano compartilha o seu espaço com outros visitantes do shopping em Fortaleza, situado na avenida Carapinima, próximo à Universidade Federal do Ceará (UFC).
Para cada criança que se aproximava, acompanhada dos pais, grupos de universitários rodeavam o espaço, considerando uma foto ou uma breve conversa com o bom velhinho. “As pessoas chegam aqui e dizem: ‘Papai Noel, tu é tudo isso? Tu faz tudo isso? Tu conhece isso mesmo?’”, brinca.
As saudações ao público são acompanhadas por frases em línguas diferentes, especialmente o italiano, um lembrete da origem de Roberto. “Eles (os universitários) chegam e falam espanhol, falam italiano, eles falam inglês”.
A inspiração está no pai de Roberto, antigo comissário de bordo da Varig, que “fala 36 idiomas”, diz o filho.
Papai Noel te esqueceu? CONHEÇA os piores filmes de Natal
Vida de Papai Noel: Natal é coisa séria
“Não é só dizer ‘vou vestir uma roupa e ser o Papai Noel’”, destaca Roberto sobre o trabalho como bom velhinho. A magia do Natal pode até ajudar, mas a preparação define o tipo de Noel, viu?
“Eu tenho um curso de Relações Humanas, um de primeiros socorros, um curso de brigada de incêndio, um de NR-33, que é salvamento em espaço confinado, um de NR-35, para salvamento em alturas”, elenca.
Fora dos trajes em carmesim, Roberto atua como bombeiro civil e gestor de segurança.
Leia mais
Vida de Papai Noel: amigos de quatro patas
“Vivo uma magia. Quando chega novembro, outubro… Aí aquela magia começa a acontecer com a minha pessoa”, completa sobre o processo de transformação. “Mas acho que sou o Papai Noel o ano todo”.
Ao lado de seu sofá, o Babbo Natale (“Papai Noel”, em tradução do italiano) também recebe convidados mais “peludos” em seu trono pet. “Eu tiro foto com os cachorros aí”, aponta para o espaço, “eu adoro animal”.
Propagandas icônicas de Natal: RELEMBRE as que marcaram época
Vida de Papai Noel: O POVO publica série especial
Para traçar a particularidade daqueles que mantêm viva e latente a tradição natalina, O POVO conta quatro histórias de Papai Noel neste dezembro.
Diferentemente do bom velhinho que chega pela chaminé, ou que sai do Polo Norte de trenó em direção aos desejos das crianças, em Vida de Papai Noel será possível conhecer narrativas nunca compartilhadas antes.
Acompanhe o especial publicado todas as segundas-feiras. A próxima história será contada no dia 18 de dezembro.